“Quando tinha oito anos, voltei da escola certa manhã fingindo que estava muito doente. Mamãe foi condescendente comigo. Fez-me vestir o pijama, levou-me para o sofá na sala de visitas e cobriu-me com uma manta. Sabia que eu tinha voltado para monopolizar sua atenção na ausência de papai e de minhas duas irmãs. Talvez tivesse ficado feliz de ter alguém lhe fazendo companhia durante o dia. Fiquei lá deitado até o fim da tarde e a observei enquanto trabalhava, apurando os ouvidos quando ela ia para outras partes da casa. Impressionou-me o fato óbvio de sua vida independente. Ela continuava a existir mesmo quando eu estava na escola.”
Trecho do romance O Jardim de Cimento, de Ian McEwan, traduzido por Jorio Dauster
Publicado
sexta-feira, 28 de agosto de 2009 às 4:56 pm e categorizado como Blog.
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Então há vida além do meu umbigo?
“Quando tinha oito anos, voltei da escola certa manhã fingindo que estava muito doente. Mamãe foi condescendente comigo. Fez-me vestir o pijama, levou-me para o sofá na sala de visitas e cobriu-me com uma manta. Sabia que eu tinha voltado para monopolizar sua atenção na ausência de papai e de minhas duas irmãs. Talvez tivesse ficado feliz de ter alguém lhe fazendo companhia durante o dia. Fiquei lá deitado até o fim da tarde e a observei enquanto trabalhava, apurando os ouvidos quando ela ia para outras partes da casa. Impressionou-me o fato óbvio de sua vida independente. Ela continuava a existir mesmo quando eu estava na escola.”
Trecho do romance O Jardim de Cimento, de Ian McEwan, traduzido por Jorio Dauster
Publicado sexta-feira, 28 de agosto de 2009 às 4:56 pm e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.