Arquivo de setembro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Nunca mais?

“Menina, ocê se alembra
do tempo que nóis se amava?
Dois amor igual a nóis
no mundo nóis não achava.
Não tinha dia de semana
sem lhe ver eu não passava.
Fosse na hora que fosse
querendo eu lhe visitava.
Eu chegava em vossa casa
no vosso colo eu me deitava.
(…)
Quando eu tava aborrecido
meu amor me consolava.
Carinho é coisa gostosa
alegre eu logo ficava.
Os desgosto ia se embora
tristeza lá não morava.
Quando chegava a noitinha
em qualquer parte eu pousava.
No meio dos arvoredo
a minha rede amarrava.
Deitado na minha rede
meu amor me agasalhava.
Sereno da madrugada,
caindo não me molhava.”

Trecho de Recordação, moda de viola composta por Renato Torres

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Multiculturalismo

“Por que curso de capoeira em Cingapura?”

Do senador Arthur Virgílio ao analisar uma lista dos cursos no exterior pagos a funcionários do Senado com dinheiro público

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dá cadeia?

“Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenha também o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isso. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixo calão. Não merecem o mínimo respeito.”

Trecho da crônica O Gigolô das Palavras, de Luis Fernando Verissimo

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Recorrer a neologismos é um gesto de covardia?

“Gertrude Stein tentou um pouco inventar palavras, mas logo desistiu. A língua inglesa era o seu instrumento e com a língua inglesa a tarefa tinha de ser enfrentada e cumprida, o problema solucionado. O uso de palavras fabricadas a ofendia, era uma fuga para um emocionalismo imitativo.”

Trecho de A Autobiografia de Alice B. Toklas, escrita pela norte-americana Gertrude Stein

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pensando em dizer adeus?

Dica de Ricardo Lombardi

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Será verdade?

“Tem coisas que parecem ser mais de verdade
do que outras que parecem ser mais de mentira.
Mas as coisas que parecem ser mais de verdade
na verdade só são verdade como parecer,
porque na verdade são de mentira.
Já as coisas que parecem ser mais de mentira
na verdade são verdade sendo mentira,
como também são verdade como parecer.
Sendo assim, as coisas que parecem ser mais de mentira
são mais de verdade
do que as coisas que parecem ser mais de verdade.”

Poema de Noemi Jaffe

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Niilismo produtivo?

“Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
Mas não, fazer para esquecer
que é inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil
do que o não fazer.”

Trecho do poema O Artista Inconfessável, de João Cabral de Melo Neto

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

McKid

Quadrinho de Glauco
(clique na imagem para visualizá-la melhor)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Antipalanque

Por que não votaria na doutora Havanir? Porque não gosto que gritem comigo.
Não votaria no Silvio Santos porque ele quer que a parte pobre do Brasil vire o México e a rica, Miami.
Não votaria no Geraldo Alckmin porque não gosto de anular o meu voto.
Não votaria nulo porque não tem como rabiscar a urna eletrônica.
Não votaria em branco porque massacraram negros e índios.
Não votaria em mim porque me conheço o suficiente para saber que não sou confiável.

A partir do artigo Em quem eu não vou votar, de Hugo Possolo

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Senhores de nossas palavras?

“O conceito de inconsciente pode ser traduzido por uma ideia muito simples: ‘quando alguém fala, não sabe o que diz’.”

Da psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco

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