“Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenha também o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isso. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixo calão. Não merecem o mínimo respeito.”
Trecho da crônica O Gigolô das Palavras, de Luis Fernando Verissimo
Publicado
quarta-feira, 30 de setembro de 2009 às 5:21 pm e categorizado como Blog.
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Dá cadeia?
“Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenha também o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isso. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixo calão. Não merecem o mínimo respeito.”
Trecho da crônica O Gigolô das Palavras, de Luis Fernando Verissimo
Publicado quarta-feira, 30 de setembro de 2009 às 5:21 pm e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.