Arquivo de outubro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O que resta verdadeiramente de nós?

“Um dia nasci. Foi às onze horas da manhã e sob o signo de touro. Um dia vou morrer (ainda não sei o horário nem o signo dessa morte). Nada ficará de mim: não continuo nos filhos, que são autônomos, com sua vida e sua morte independentes de mim. Não continuo nas árvores que plantei nem nos livros que escrevi, nem nos pães que assei, nem na poeira que esqueci de varrer para baixo do tapete.
Enquanto estou viva é que continuo.”

Trecho de Eternidade, narrativa de Adriana Lisboa

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Mentiras sinceras me interessam

Quando ela mente
será que deveras sente
o que mente pra mim?

A partir da canção Ela Faz Cinema, de Chico Buarque

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Que caminhos seguiu o meu desejo de partir?

“Porque se chamava moço
também se chamava estrada”

Trecho de Clube da Esquina II, canção de Flávio Venturini

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

As mulheres sempre fazem de mim o que querem?

Quadrinho de Kioskerman
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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Aprendi tudo pelo avesso?

Conheço o jeito exato de fazer errado.
Conheço de cabeça o que não interessa.
Conheço pelo som o que não tem sentido.
Conheço por inteiro o meio do caminho.
Conheço com frequência o que não passa nunca.
Conheço pontualmente a falta de horário.
Conheço e recomeço e logo mais esqueço.

A partir do poema Prestação de Contas, de Diego Grando

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Qual a idade do infinito?

“Hoje é um dia muito especial. Entrei na casa dos 80 anos. Aquela casa que é do infinito. A impressão que tenho é de não ter envelhecido, embora esteja instalada na velhice. O tempo é mesmo irrealizável… Já chorei muito de manhã. Ao acordar, chorei muito. Depois me acostumei.”

De Fernanda Montenegro, no último dia 16, para a plateia do monólogo Viver sem Tempos Mortos, que a atriz encena no Rio de Janeiro

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

TOC

“Quando Roberto e eu fizemos O Tempo e o Vento, em 1989, a graça ficou por conta de uma discussão inusitada. Tínhamos a ideia central da música: havia um casal em crise que teria seu amor levado pelo vento, cuja fúria provocaria tempestades e maremotos; depois os ares se acalmariam e trariam a paixão de volta, revigorada, e a devolveriam aos personagens da letra. Que beleza, era um bom ponto de partida. Ajeitei-me na cadeira e arregacei as mangas. Foi quando Roberto argumentou:
– Em que direção o vento vai levar o amor?
Eu, franzindo o cenho, respondi:
– Não sei, qualquer uma. Dependendo das condições climáticas, o vento sopra em várias direções.
– Não, bicho, temos que definir isso direito _ contestou ele. _ Porque eu queria que o vento dessa música trouxesse o amor pela mesma direção que levou.”

Trecho de Minha Fama de Mau, livro autobiográfico de Erasmo Carlos

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Anjinhos? O caralho! Somos agora zés pequenos

“Crianças da quarta série de uma escola pública de Sapucaia do Sul, perto de Porto Alegre, usaram pó de giz para fingir serem traficantes e consumidores de cocaína durante brincadeira no recreio.”

Notícia de hoje na Folha de S.Paulo

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Elas vieram me pedir desculpas?

Quadrinho de Angeli
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tudo sob controle?

“A vida muda rapidamente.
A vida muda em um instante.
Você se senta para jantar e, de repente, a vida que você conhecia chega ao fim.”

Trecho do monólogo O Ano do Pensamento Mágico, baseado no livro autobiográfico da jornalista norte-americana Joan Didion. Seu marido, o escritor John Gregory Dunne, morreu subitamente em dezembro de 2003, na hora do jantar

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