Há dias em que a manhã muito anoitece.
A partir de Eclipse, conto de Ana Santos
“Cortei os doces, a gordura, a fritura, o carboidrato. Agora vou cortar os pulsos.”
Do apresentador Otávio Mesquita
“Vão dizer que não existo propriamente dito.
Que sou um ente de sílabas.
Vão dizer que eu tenho vocação pra ninguém.
Meu pai costumava me alertar:
Quem acha bonito e pode passar a vida a ouvir o som
das palavras
Ou é ninguém ou zoró.
Eu teria treze anos.
De tarde fui olhar a Cordilheira dos Andes que
se pendia nos longes da Bolívia
E veio uma iluminura em mim.
Foi a primeira iluminura.
Daí botei meu primeiro verso:
Aquele morro bem que entorta a bunda da paisagem.
Mostrei a obra pra minha mãe.
A mãe falou:
Agora você vai ter que assumir as suas
irresponsabilidades.
Eu assumi: entrei no mundo das imagens.”
O poeta, de Manoel de Barros
Extraído do site The Fun Theory
Dica de Julia Medeiros, do blog Palavroteca
“Sou bailarino, giramundo,
poeta sem endereço, assustado e vivido
um menino encantado
que sonha viver pra sempre
na barra do seu vestido”
Trecho da canção Na Barra do Seu Vestido, de Zeca Baleiro e Zé Geraldo
“O que acontece quando se adia um sonho?
Será que ele seca
Como uva passa?
Será que inflama como ferida _
E depois apodrece?
Será que fede como carniça?
Ou cristaliza _
Como a calda do doce?
Talvez só se acomode
Como carga pesada.
Será que explode?“
Poema Quando se Adia um Sonho, do norte-americano Langston Hughes
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