“Chegou a um nível irresponsável e escandaloso a magreza das modelos nas semanas brasileiras de moda. As garotas, muitas delas recém-chegadas à adolescência, exibem verdadeiros gravetos como pernas e, no lugar dos braços, carregam espécies de varetas desconjuntadas. De tão desencarnadas e enfraquecidas, algumas chegam a se locomover com dificuldade quando têm que erguer na passarela os sapatos pesados de certas coleções.
Usualmente consideradas arquétipos de beleza, essas moças já estão se acercando de um estado físico limítrofe, em que a feiura mal se distingue da doença. (…)
O filósofo italiano Giorgio Agamben escreveu que as modelos são ‘as vítimas sacrificiais de um deus sem rosto’. É hora de interromper esse ritual sinistro. É hora de parar com essas mistificações da moda, que prega futuros ecológicos, convivências fraternais e fantasias de glamour, enquanto exibe nas passarelas verdadeiros flagelos humanos.”

Trecho do artigo Moda tem de parar de sacrificar modelos, de Alcino Leite Neto e Vivian Whiteman

Publicado quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 às 4:05 pm e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.