Do Facebook de André Czarnobai, o Cardoso
“Pouso o olhar no retrato de minha mãe, com o olhar que acredito continuar o seu, porém ela não é minha mãe; minha mãe era um trejeito na boca, como quem faz o esforço de coser um botão; nunca existiu a minha mãe, não com a força que o passado, nesse tempo uno e eterno, nos traz e leva para a morte, e minha mãe não me comove sem que eu faça um esforço e diga: ali está minha mãe; e se não houver um jeito de crepúsculo, a rua molhada ou barulho de rádio, não há mãe; não há minha mãe sem os meus irmãos, sem a prosódia do Recife (…) ela já não é pessoa alguma e falo dela somente porque ela não é nem ausência, mas um pé de pau, uma rã, uma dor doce e boa, uma tolice da infância.”
Trecho de Sobre o Retrato de Minha Mãe, narrativa poética de José Almino
– Você tem direito a um único pedido, amo. O que deseja?
– Desejo fazer mais 500 pedidos.
A partir da coluna Barbara Responde, da Revista da Folha
Por que dificilmente encontramos no cinema:
Filmes de guerra em que os soldados são levados ao front não para pensar no sentido das batalhas, na natureza da violência ou na essência da alma humana em conflito, mas para matar, pilhar e arrancar a cabeça dos filhos de seus inimigos?
Filmes de boxe em que o herói é consciente desde as primeiras lutas, sem necessidade de ficar gordo, dar vexame em bares e ser abandonado pela mulher antes de decidir treinar direito?
Westerns em que as aposentadorias seguem seu curso natural, sem que ninguém proponha uma última missão ao pistoleiro recolhido num rancho decadente em meio ao nada?
A partir da crônica Aberta a campanha por um filme sem clichês, de Michel Laub
Foto Ana Ottoni
Rodrigo Pederneiras em Belo Horizonte
À frente do Grupo Corpo, o coreógrafo inicia em abril uma turnê pelo Canadá com os espetáculos Parabelo e Breu
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O ator Paulo José – protagonista do filme Quincas Berro D’Água, que estreia em maio, e personagem da peça Um Navio no Espaço ou Ana Cristina Cesar – enfrenta o Parkinson há 17 anos. Embora ele aborde o assunto de maneira bem-humorada, a doença lhe impõe uma dura rotina de exercícios e terapias, faz com que tome remédios seis vezes ao dia e exige que se reinvente profissionalmente
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O fotógrafo, autor do livro Jardim da Luz, está completando 40 anos de carreira
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“Dizemos que temos 50 anos quando o tempo decorrido desde nosso nascimento é de 50 anos _elementar. O problema é acreditar, sem maiores questionamentos, que nosso corpo foi formado há 50 anos e desde então vem envelhecendo de modo uniforme. Na verdade, diferentes partes do corpo têm diferentes idades. Nossas unhas, por exemplo, provavelmente têm menos de 2 anos _as unhas que estavam em nossos dedos de criança foram cortadas há anos e substituídas por novas. (…) [Outro] exemplo: em 2004, uma pessoa nascida em 1974 teria, como sabemos, 30 anos. Mas suas células do cérebro foram fabricadas em 1978, quando ela tinha 4 anos, e os neurônios de seu córtex cerebral, em 1982.”
Trecho da crônica As muitas idades do nosso corpo e a bomba H, do biólogo Fernando Reinach. Extraído do livro A Longa Marcha dos Grilos Canibais
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