Arquivo de junho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

O epílogo e o prólogo

É mais desconcertante rever ou prever um grande amor?

A partir da canção Anos Dourados, de Tom Jobim e Chico Buarque

domingo, 27 de junho de 2010

Dá para respeitar a lei e infringi-la simultaneamente?

Quadrinho de Laerte
(clique na imagem para ampliá-la)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Acreditamos realmente em nossa própria morte?

“O que mais me surpreende no universo são os homens. Eles perdem a saúde para juntar dinheiro e, depois, perdem dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o momento, de tal forma que acabam por não saborear nem o presente nem o futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.”

Do Dalai Lama

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quando o grilo é uma formiga

“Hoje completa um ano que estou fazendo terapia.
– O que você conta ao doutor?
Que tenho medo panifóbico de ver minha mãe morrer.
– Só isso?
Só. Coisa à toa feito não comer três dias porque vi formiga de asas, isso eu não conto mesmo. Só converso coisa séria.
– E ele?
É muito paciencioso. Diz que meu caso é difícil, mas tem cura com o tempo. Qualquer dia me convida para uma sessão no sítio.
– Você topa?
Tou pensando. Vai que aparece lá uma formiga de asas e apronta aquele escândalo. Me diz com que cara eu volto no consultório do homem.
– Mas ele tá lá pra isso.
Isso o quê? Tchauzinho, Catarina.
– Tchau.”

Shopsi, poema de Adélia Prado
Ouça a escritora recitá-lo aqui
Dica de Julia Medeiros

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Contabilidade

Se perdi, mas esqueci que perdi, ou que tinha, eu realmente perdi?

A partir de uma conversa com Georgia Barcellos

terça-feira, 8 de junho de 2010

Preciso mesmo falar?

“O que sinto por você é um verbo inexistente
Um poema escrito num livro de rasurar
Uma palavra insustentável”

Poema sem título de Ézio Déda

terça-feira, 8 de junho de 2010

Merchandising pró-apartheid social?


Cartum de Arnaldo Branco

terça-feira, 8 de junho de 2010

Elogio à imperfeição

“O auto-tunning é o Photoshop da voz. O cantor está desafinado? A voz não chegou lá? Auto-tunning nele. O software que corrige a afinação de cantores criou no campo da música a recompensa sem o devido esforço, algo que a maioria dos humanos busca incessantemente, levando à falência qualquer método de ensino. Dane-se o mérito. Às favas a vocação. É como se o Ronaldinho Gaúcho usasse uma chuteira que acertasse o gol por si. Treinar pra quê?
O talento perdeu um pouco de sua importância vital. O palco e a plateia se nivelaram por baixo, tornando o ordinário e o extraordinário equivalentes. E o pior: com sua precisão matemática irreal, com suas ordenadas e abscissas higienistas, o auto-tunning transforma as características da voz humana em defeitos.
E essa é a grande preocupação: o estabelecimento de um padrão inatingível para o ser humano – logo, desumano. Dessa forma, em nome da ‘perfeição’, nunca mais correremos o risco de estarmos certos. Foi o que o Photoshop fez com a pele humana. Gerou um padrão estético onde poros, rugas de expressão, pelos e outras características foram alçadas à condição de defeitos. A capacidade desse padrão de gerar frustrações, tristeza, sofrimento e culpa é gigantesca. A quem interessa isso? A favor de quem é isso?
(…) Seguindo a lógica do auto-tunning, Nat King Cole, Aretha Franklin, Maria Callas, Elis Regina, Donnie Hathaway, Paulinho da Viola, Louis Armstrong e João Gilberto são desafinados. Simples assim.”

Trecho do artigo A morte da voz humana, de João Marcello Bôscoli

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Por quanto tempo se pode observar um quadro?

“Diego Rivera contou o choque que sentiu, logo em sua chegada a Paris, ao descobrir a pintura de Cézanne exposta na vitrine do marchand Ambroise Vollard: ‘Comecei a olhar a tela por volta das 11 horas da manhã. Ao meio-dia, Vollard saiu para almoçar, fechando a porta da galeria. Quando voltou, aproximadamente uma hora depois, e me encontrou ainda mergulhado na contemplação do quadro, me lançou um olhar feroz. De sua mesa, ele me vigiava, olhando-me de vez em quando. Eu estava tão malvestido que ele devia pensar que eu era um ladrão. Depois, de repente, Vollard levantou-se, pegou outro Cézanne no meio da loja e colocou-o na vitrine no lugar do primeiro. Depois de um momento, substituiu a segunda tela por uma terceira. Depois, sucessivamente, trouxe mais três Cézanne. Agora, a noite caía. Vollard acendeu as lâmpadas na vitrine e colocou outro Cézanne. (…) Finalmente, foi até a porta e gritou: Sabe, eu não tenho mais nenhum!’. Diego acrescenta que, ao voltar para casa às duas e meia da manhã, foi tomado de febre e delírio, tanto em consequência do frio das ruas de Paris quanto do choque dos quadros de Cézanne.”

Trecho de Diego e Frida, livro de J.M.G. Le Clézio

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Preservar o verde? Só se for o dos semáforos

“Avisa pra Marina Silva que eu tenho duas sugestões pra Amazônia: cimenta tudo e vira estacionamento. Nós não queremos respirar. Queremos estacionar!”

Trecho da crônica Uau! Adidas lança bola Jabiraca! , do humorista José Simão
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