“No Centro de um assobio há um fio de felicidade.”
No centro do amor, há um laço?
“Mover-se é procurar vida.”
“– E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)
– Ah. Porque eu sou tímida.”
“Pra que chorar?
Pra que sofrer demais?
Foi só um amor perdido.
Foi só um amor a mais.
Pra que sofrer?
Pra que chorar?”
Agora que você está com 68 anos, a música se tornou mais ou menos importante?
Mais, porque ela deixa de ser importante. Não tem mais competição, concorrência, procura pelo reconhecimento, “eu sou bom”, “eu sou o melhor”, essas coisas vão desaparecendo.
E você passou por todas elas?
Todos nós, artistas, passamos. Isso tudo vai desaparecendo, e você entra em uma relação mais frugal com a música. A música vira uma fruta que você só saboreia, a música é a manga (risos).
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