Era fogo e se apagou.
Era vidro e se quebrou.
Era pouco e se acabou.
Era fogo e se apagou.
Era vidro e se quebrou.
Era pouco e se acabou.
“Papai, antigamente não tinha DVD?” “Não.” “Não tinha televisão?” “TV estava começando, tinha mais rádio.” “Tinha Homem Aranha?” “Acho que não; mas tinha o Tocha Humana, tinha o Homem de Borracha, tinha Super-Homem, mas só apareciam no gibi.” “O que é gibi?” “Revista de quadrinhos”, respondo, “mas tinha Príncipe Submarino, que hoje não tem mais, um super-herói que lutava no fundo do mar contra os polvos malvados e as lulas venenosas.” “E ele não morria afogado?” “Não, meu filho, porque ele era meio ‘peixe’ também.” “E pescavam ele?” “É… Tinha uns homens malvados que queriam pescar ele, mas ele era craque.” “E tinha você, antigamente, papai?”
Quando ela mente, será que deveras sente o que mente para mim?
“Pés, por que eu os quereria
Se tenho asas para voar?”
“O amor vai te contar um segredo
Não precisa ter medo
Nem sair correndo
O amor nasce pequeno
Cresce, fica estupendo
Às vezes o amor está ali
E você nem tá sabendo”
“– Seu pai já falou com você sobre sexo?
– Já. Falou sobre os passarinhos, as abelhinhas…
– Pô! Começou pelo bestialismo!”
“Esta é uma história real. Catarina é filha de uma amiga nossa e tinha 4 ou 5 anos quando se apaixonou pela primeira vez. O escolhido foi um coleguinha do clube, e ela passou a querer se vestir melhor para as aulas de natação, desfilando todo o seu charme quando o garotinho, três anos mais velho, estava por perto. Um dia, Catarina quis levar para seu eleito um presente, e escolheu aquilo que para ela era a prova inegável de amor: um Danoninho. Saiu sorridente, levando nas mãos a apetitosa declaração para o amado. O menino, ainda pouco ciente das sutilezas da sedução e pensando mais com o estômago do que com o coração, recusou o presente sem meias palavras: ‘Não quero’. Desiludida e em prantos, Catarina voltou para perto da mãe com o veredicto sobre o ocorrido, que comunicou entre soluços:
– Mamãe, ele não sabe que quer o meu Danoninho!”
Você já pensou que todo segundo seguinte apenas por um momento será antes?
Naqueles dias, quando só houver fogo, destroços e lamúrias, os homens buscarão a morte e não a encontrarão; desejarão morrer e a morte fugirá deles.
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