Nenhuma solidão é maior que a dos inconsoláveis
“demora-me o medo a ponto de me deixar vincada.
pela primeira vez não quero a felicidade.
pudesse aparava a tristeza com as mãos para entorná-la
_ também não me serve a tristeza _
não me pergunte se me sinto melhor ou se tenho certeza.
será tão difícil conceder-me uns minutos (semanas) de sofrimento?
não, eu não quero me abrir, eu não quero sair, não quero presentes.
eu só quero que doa.
que deus me permita sangrar em torrentes
e não deixe afrouxar o nó que se dá na garganta.
quero sentir apertar o diafragma até que o ar me falte.
eu quero que o ar me falte.
e que o chão me falte pra que eu não possa me encolher chorando.
conceda-me, deus, soluçar até que o som nebline.
eu quero ser trapo.
farelo.
migalha.
deus, conduza-me a nada.”
Lindo! Me lembra Santa Teresa de Ávila
Sublime!