Manuel desembarca no aeroporto com duas malas imensas. Quando chega à alfândega, um funcionário o cumprimenta:
– Como vai? Tudo joia?
– Não, senhor. Metade é joia, metade é cocaína.
Manuel desembarca no aeroporto com duas malas imensas. Quando chega à alfândega, um funcionário o cumprimenta:
– Como vai? Tudo joia?
– Não, senhor. Metade é joia, metade é cocaína.
Embora não concorra à presidência do Brasil, Homer Simpson caiu de boca no catolicismo. Foi o que alardeou uma reportagem publicada no domingo pelo jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano. Entre os indícios que demonstrariam a conversão de Homer, a matéria citava o fato de ele rezar antes de comer e de acreditar na vida após a morte. Os produtores da série, porém, logo refutaram a conclusão do Vaticano e lembraram que os Simpson continuam frequentando uma igreja evangélica de Springfield. Realmente, é difícil imaginar o Homer professando uma religião em que os fiéis têm de ingerir algo tão insosso quanto uma hóstia.
“Estou no fim da casa dos 50 agora. Quando jovem, nunca imaginei que o século 21 chegaria de fato e que, piadas à parte, eu faria 50 anos. Na teoria, claro, é uma verdade óbvia que algum dia, se nada acontecesse, o século 21 chegaria e eu faria cinco décadas de vida. Quando eu era novo, pedir que me imaginasse com 50 anos era tão difícil quanto me pedir para imaginar, concretamente, como era o mundo após a morte. (…) E agora eis me aqui, vivendo nesse mundo inimaginável. Parece mesmo muito estranho, e não sei dizer se sou afortunado ou não. Talvez não faça diferença. Para mim _e para todo mundo, provavelmente_ essa é a minha primeira experiência com envelhecimento, e as emoções que estou sentindo também são sensações em primeira mão. Se fosse alguma coisa que eu houvesse experimentado antes, então talvez fosse capaz de compreendê-la mais claramente, mas essa é a primeira vez, então não posso. Por ora, tudo o que está a meu alcance é postergar quaisquer juízos minuciosos e aceitar as coisas como elas são. Assim como aceito o céu, as nuvens e o rio.”
Já imaginou se todas as guerras fossem resolvidas em concursos de dança?
Hoje? Existo.
Amanhã? Ex isto.
“Em plena Bienal, entre faixas pedindo que eu fosse preso, meu trabalho [Bandeira Branca] foi atacado por um pichador, que driblou a segurança, rasgou a tela de proteção aos urubus e danificou uma das esculturas de areia. Fomos cercados, eu e minha mulher, por militantes ecologistas, que nos xingavam e gritavam do outro lado do vidro do carro, a boca em câmera lenta, ‘a-li-men-ta-e-les!’ _o que, claro, já havia sido feito naquele mesmo dia. Barbara Gancia, colunista da Folha, chegou a pedir, utilizando um imaginário de repressão militar ou de milícia fascista, que eu fosse colocado de cuecas contra um muro e submetido a uma ducha com as mangueiras para incêndio do corpo de bombeiros. (…)
Para mim, o mais impressionante de tudo isso foi a absoluta incapacidade, digamos, interpretativa de quem me atacou, a recusa de ver outra coisa, de relacionar o sentimento de adesão ou de repulsa que meu trabalho tenha causado com qualquer coisa proposta por ele, em suma, a desfaçatez com que foi usado como trampolim para um discurso já pronto, anterior a ele, que via nele apenas uma possibilidade de irradiação. Para isso, é claro, o principal ingrediente é que fosse tomado de modo absolutamente opaco e literal, espécie de cadáver sem significação. Para que possa ser veículo estrito de discursos e de grupos, sem que utilize seus recursos, digamos, naturais (sedução, desejo, ambivalência), o trabalho de arte tem de estar, de fato, desde o início definitivamente morto. Daí, creio, a ferocidade com que fui atacado _uma espécie de operação higiênica preventiva, para impedir que qualquer germe de espanto, ambiguidade, beleza, estupor, pudesse aparecer, desqualificando o desejado consenso.
No fundo, acho que a frase famosa de Frank Stella, que jogou uma pá de cal nas ilusões subjetivas de começos dos anos 60 e inaugurou as poéticas minimalistas que duram até hoje, ‘What you see is what you see’ (‘O que você está vendo é o que você está vendo’), parece ter migrado da arte para o mundo. A literalidade das obras de um Carl Andre ou de um Donald Judd transferiu-se inteira para as instituições e para o público. Por isso talvez caiba hoje à arte a tarefa bastante simples, mas tão difícil, de dizer exatamente o contrário: ‘O que você está vendo NÃO é o que você está vendo’. Ou seja, sonhar.”
Nos anos 70, em um restaurante carioca, Nelson Rodrigues enxovalhava Chico Buarque, que o criticara numa entrevista. “Mas, Nelson”, argumentavam os amigos sentados à mesa do dramaturgo, “você não acha que o Chico faz umas canções bem profundas?”
“Profundas?”, indignou-se o escritor. “A profundidade do Chico Buarque é dessas que uma formiguinha atravessa a pé, com água pelas canelas.”
“Adão, toma cuidado com a tua costela
Que é tudo que ela quer de você
Aquiles, vá calçar um bom sapato depressa
Que o teu calcanhar não pode aparecer
Sansão, eu vou te dar um conselho
Esconde o cabelo ao anoitecer
Sansão, eu disse: fica esperto!
Com um olho aberto ao adormecer
Midas, de que serve esse grande tesouro
Se tudo que é ouro não dá pra comer?
Ícaro, esquece essa coisa de asa
Que Santos Dumont ainda tá pra nascer”
Manchetes do dia:
“Mineiros do Chile se organizam para explorar a marca 33”
“Cada sobrevivente receberá de Steve Jobs um iPod Touch de última geração”
“Órgãos de imprensa querem pagar até US$ 50 mil pelo diário que Darío Segovia escreveu durante o confinamento”
“TV japonesa oferece 7 milhões de pesos por entrevista com um dos resgatados”
“Homens deixam a mina de San José usando óculos de sol que ganharam da Oakley”
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