“– Ri-se da minha celulite?
– Perdão?!
– A celulite! Sou uma mulher comum. Também eu sofro de celulite.
– Não, não. Não vi celulite nenhuma, só vi as pernas.
– Ainda bem. É a diferença entre um otimista e um pessimista. O pessimista só teria reparado na celulite. Estou um horror, envelheço. Também tenho celulite na barriga. Estrias e celulite.
– Vejo apenas o umbigo, querida. Um umbigo maravilhoso. Eu respeito muito os umbigos. Na tradição africana, enterra-se o cordão umbilical, logo após o nascimento de uma criança, como forma de assegurar que a mesma permanecerá ligada ao chão dos seus antepassados. Olho para um umbigo, para um umbigo perfeito como o teu, e vejo o princípio do mundo.”
“31 de dezembro de 2010
13h – Fiquei estressada com os últimos preparativos para a ceia de Réveillon. O Palocci não larga do meu pé: ‘Responsabilidade fiscal isso’, ‘Equilibrar orçamento aquilo’, ‘Blá-blá-blá’. Uma chatice. Pedi para ele comprar umas lentilhas, que é para não me aborrecer. Michel Temer queria reservar cinco vagas na janela para o PMDB ver os fogos. Teremos que negociar. Sarney vai trazer a família e pediu para estacionar dentro do prédio. Vou pedir para o Lula falar com ele.”
“Que mal pode ser mor que, no meu mal,
Ter lembranças do bem que é já passado?”
“Em 1978, quando lhe indagaram por que os Stones haviam chamado seu último disco de Some Girls, Keith Richards respondeu: ‘Porque não nos lembrávamos do nome de nenhuma delas’.”
Concordo: não é possível enganar todo o povo o tempo todo. E 93% do povo, 87% do tempo?
Uns acordam com a macaca. Eu, nem bem acordo, já dou de cara com a preguiça.
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