“Julgo odioso seguir e também guiar.
Obedecer? Não! E tampouco governar!
Quem não é terrível para si, a ninguém inspira terror:
E somente quem inspira terror é capaz de comandar.
Para mim já é odioso comandar a mim mesmo!
Gosto, como os animais da floresta e do mar,
De por algum tempo me perder,
De permanecer num amável recanto a cismar,
E enfim me chamar pela distância,
Seduzindo-me para voltar a mim.”
“Por alguns dias depois dos atentados de 11 de setembro, nos tornamos racistas paranoicos. Eu, que estava em Nova York, também. Quando os voos comerciais recomeçaram e consegui lugar num avião para Londres, a espera no aeroporto foi tensa. Iríamos voar pela primeira vez com a consciência ainda fresca do que alguns malucos, ou um único maluco, poderiam fazer se assumissem o controle de um avião. Quem garantia que aterrissaríamos no aeroporto de Londres e não no Buckingham Palace? E os hipotéticos malucos podiam estar ali, na mesma sala de espera, prontos para entrar no mesmo avião. Confesso que examinei, abjetamente, cada rosto mais escuro à minha volta, à procura de sinais de fanatismo muçulmano. Até as crianças. Eu sei, eu sei. Imperdoável. Mas não era a hora de ser civilizado.”
Se me derem um óculos sem lentes, pode ser uma armação?
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