Morte? Está logo ali, mas fica tão longe…
“Todo mundo tá falando de fama
Todo mundo tá falando de guerra
Todo mundo tá falando de lama
Todo mundo tá falando de terra
Todo mundo tá falando de medo
Todo mundo tá falando de paz
Todo mundo tá falando segredo
Todo mundo tá falando demais
Por telefone, por Orkut, por carência
Por site, por decadência
Por vontade de brilhar
Por Facebook, por e-mail, por esmero
Por carta, por desespero
Todo mundo quer falar
Ao pé do ouvido, por gesto, por ousadia
Timidez ou covardia
Por não saber escutar
Pela TV, pelo cinema ou microfone
Todo mundo se consome
Mas não para de falar”
Quero? Posso? Devo?
“Sem saber, [meus amigos e eu] herdamos a incapacidade para a tragédia e a predestinação para a forma menor do drama: porque nas nossas casas não se aceita a realidade do mal, e isso adia ao infinito qualquer desdobramento trágico, deflagrando a longa onda de um drama comedido e permanente _o pântano em que crescemos. É um habitat absurdo, feito de dor reprimida e censuras diárias. Mas nós não podemos perceber o quanto é absurdo, porque, como répteis de pântano, conhecemos apenas aquele mundo, e o pântano para nós é a normalidade. Por isso somos aptos a metabolizar doses inacreditáveis de infelicidade, tomando-as pelo curso devido das coisas: nem sequer desconfiamos que escondem feridas a ser curadas e fraturas a recompor. Da mesma maneira ignoramos o que é escândalo, pois aceitamos instintivamente cada eventual desvio revelado por quem está à nossa volta como uma integração apenas inesperada ao protocolo da normalidade. Assim, por exemplo, na escuridão dos cinemas paroquiais, sentimos a mão do padre se apoiar no interior das nossas coxas, sem sentir raiva, mas procurando deduzir depressa que evidentemente as coisas eram assim, os padres apoiavam a mão ali _nem era o caso de comentar em casa. Tínhamos 12, 13 anos. Não tirávamos a mão do padre. Tomávamos a eucaristia da mesma mão, no domingo seguinte. Éramos capazes de fazer isso, ainda somos _por que, então, não deveríamos ser capazes de confundir a depressão com uma forma de elegância, e a infelicidade com uma coloração apropriada da vida?”
“Quem não tem dinheiro em banco
madruga e Deus não ajuda”
“O trabalho vem atrapalhando meu desempenho no Facebook.”
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