“Deus é grande, mas não é dois.”
“Uma única vez Henfil abordou publicamente os preconceitos em relação ao namoro com Lúcia Lara (quando os dois se conheceram, ele tinha 35 anos e ela, 15). O repórter Guilherme Cunha Pinto, da revista Nova, deu vazão à curiosidade: ‘Não acha estranho se relacionar com uma mulher tão mais jovem?’ Henfil encarou: ‘Foi muito difícil assumir nosso relacionamento. Nós mesmos achávamos um negócio meio anormal, impossível _ eu estaria tendo uma regressão, e a Lucinha uma projeção. Até vermos que era absolutamente natural. Ela se interessa pela minha experiência e tem uma vida diferente da minha. Já eu tenho na cabeça uma curiosidade permanente. Sou experimental como ela é experimental. Tenho imensa facilidade de viver com pessoas em construção, pois também estou em construção. A Lúcia se pergunta: vou fazer biologia ou medicina? E eu estou me perguntando: agora vou fazer cinema ou teatro?'”
“Eu desconfiava de que um dia ficaria velho… Porque tem pessoas que não desconfiam. Acreditam que nunca serão velhas _ou que nunca foram pretas numa sociedade miscigenada como o Brasil.”
“Guardo inteira em mim
A casa que mandei um dia pelos ares
E a reconstruo em todos os detalhes
Intactos, implacáveis”
“É possível odiar um sobrevivente de Auschwitz (…)? É permitido sentir esse ódio de forma pura, sem que em nenhum momento se caia na tentação de suavizá-lo por causa de Auschwitz, sem que se sinta culpa por botar as próprias emoções acima de algo como a lembrança de Auschwitz?”
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