“Já não sei se sei que nada sei.”
“[Para o filósofo Michel Foucault], a modernidade equivale sobretudo a uma atitude, ‘um modo de se relacionar com a realidade contemporânea’. Essa atitude possui dois aspectos principais. O primeiro é uma atenção ao tempo presente, o contínuo questionamento do contexto ao qual pertencemos, que nos molda e em relação ao qual devemos nos situar. Repetindo Baudelaire, Foucault afirma: ‘Você não tem o direito de desprezar o presente’. Mas a modernidade é também, e crucialmente, ‘um modo de relação consigo mesmo’, o que Foucault chamou de ‘asceticismo indispensável’. ‘Ser moderno’, ele explica, ‘é não aceitar a si mesmo como se é no fluxo dos momentos que passam; é tomar a si mesmo como objeto de uma elaboração complexa e difícil (…). É sentir-se compelido a se inventar’. Assim, para Foucault, a atitude que define a modernidade é essa atitude crítica de constante interrogação sobre quem somos, como fomos constituídos como sujeitos e, simultaneamente, de trabalharmos nossos limites e tentarmos ir além deles, ‘um trabalho paciente que dá forma à impaciência da liberdade’.”
O almoço natalino de ontem registrou um aumentou expressivo de familiares que recorreram à pergunta “É pavê ou pra comer?”. De acordo com o Nupal, Núcleo de Pesquisas da América Latina, a questão esteve presente em quase 45 milhões de lares brasileiros. O número revelou-se 27% maior que o de 2010. O Nupal atribui o fenômeno à eclosão da nova classe C. “Neste ano, graças à melhora da renda doméstica, donas de casa que costumavam restringir a sobremesa do dia 25 à gelatina com Leite Moça puderam comprar bolacha champanhe, ovos, Nescau e outros ingredientes do pavê. O doce, assim, figurou maciçamente nas mesas de todo o país – o que acabou provocando um recrudescimento dos lugares-comuns proferidos por tios e cunhados depois do terceiro copo de sidra”, explica um especialista do instituto. Ele avalia que a frequência da pergunta diminuirá no próximo ano por causa dos inevitáveis efeitos da crise europeia sobre a economia do país. “Muito provavelmente, em 2012, parte da população retrocederá uma ou duas casinhas no tabuleiro da mobilidade social e não terá a iguaria nem pavê, nem pra comer.”
“Não tenho medo de morrer. Tenho pena.”
Quem ousará dizer
que não é azul
o vermelho que o poema
proclama ser?
“São Paulo tornou-se uma cidade ingovernável. Como ter alguma capacidade de gestão sobre o trânsito, por exemplo, se as montadoras despejam milhões de carros nas ruas anualmente?”
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