“As canções do Brasil, em particular as de Caetano Veloso e Chico Buarque, deram-me um doutorado naquilo a que o Padre Antônio Vieira chamou ‘amor fino’ – o amor a fundo perdido. Não há outro; ao amor que espera retorno chamamos investimento, vaidade, medo ou comodismo. Dá até para decidir ser felizes através dele. Mas o amor digno desse nome não cuida de enredos ou desenlaces; é, como escreveu Ovídio, uma arte, com o que isso significa de coragem e entrega. A arte exige o dom da metamorfose e um alto grau de domínio perante a dor.”