– Vô, o mar pode invadir a terra e matar a gente?
– De jeito nenhum! Não enquanto eu estiver aqui.
– Vô, o mar pode invadir a terra e matar a gente?
– De jeito nenhum! Não enquanto eu estiver aqui.
“Rastreado por minha mulher.”
– Acabo de saber que virei classe C.
– Emergente?
– Não, submergente. No ano passado, fazia parte da B.
“Você provavelmente já ouviu aquela máxima que diz que quem trabalha não enriquece. Infelizmente, ela traz uma verdade. A maioria dos assalariados nunca parou para refletir sobre o motivo de uma empresa lhe pagar salário. Seria por caridade, altruísmo, generosidade? Longe disso: um empregado assalariado dedica nove, dez ou mais horas por dia para, simplesmente, enriquecer os donos ou acionistas da empresa para a qual trabalha. Passa, portanto, a maior parte de seu tempo dedicando seu suor, sua inteligência, sua experiência e seu networking para gerar riqueza aos outros. Isso não é injusto; é só a mais franca tradução do que é o capitalismo. Quem tem riqueza põe essa riqueza para trabalhar e multiplicar seu capital, convidando aqueles que não têm capital para ajudá-lo nesse objetivo de multiplicar riquezas. Em troca, oferece parte da riqueza gerada, na forma de salário. (…) Quando alguém trabalha, dedica tempo para obter recursos monetários, mas deixa de dedicar tempo para sua família, para cuidar de sua saúde, para suas relações pessoais e para outros projetos pessoais. Muitas pessoas sentem dificuldade em melhorar seus conhecimentos porque dedicam tanto tempo ao trabalho que não sobra tempo para estudos. Trabalhar, portanto, rouba tempo que o trabalhador poderia dedicar a seus investimentos pessoais, consequentemente prejudicando o aumento de sua riqueza. É por essa interpretação que eu defino salário não como renda, mas sim como indenização. O trabalhador apenas passaria a ter renda quando decidisse construir patrimônio que lhe gerasse ganhos, como aplicações financeiras, imóveis alugados, bens para revenda com lucro ou algo do tipo. Quem optar pelo caminho de ser empregado a vida toda estará se autossabotando, fadando-se a receber uma simples compensação pelo uso de seu tempo em favor dos outros. Não prego aqui o fim do emprego. Ele sempre será necessário para os primeiros passos em um projeto de construção de riqueza. Quem não tem recursos para investir deve buscar um emprego que lhe gere esses recursos. Porém, por estar nessa condição, é essencial para seu futuro que o trabalhador tenha um projeto de longo prazo, que envolva a acumulação de parte do salário ganho para que, um dia, ele possa abandonar seu emprego e dedicar seu tempo para o crescimento da própria riqueza. Entender o ganho dos investimentos como renda e o salário como indenização é exatamente a forma de pensar daqueles que enriquecem.”
“Dona Morte
a Senhora está aprontando demais
na minha porta
– sem falar no estrago intempestivo o mês passado
devastando minha horta.
Como reverter tamanha intromissão?
Sei que tem lá seus misteres
sei que é tarde, já escurece.
Espere um pouco, Dona Morte
eu queria apenas
jogar só mais um pouco
com os três amigos que me restam.”
“- Mr. Pinter, poderia elucidar de uma vez por todas a maior questão de sua obra: o que diferencia a pausa do silêncio?
Pausa.
– Deve-se contar até três quando for pausa. No silêncio, conte até cinco.
Silêncio.”
“Tenho qualquer idade em qualquer tempo
velho agora e menino logo adiante;
aqui jovem e depois homem maduro;
às vezes nem nascido, às vezes morto.
A idade em mim rebenta impetuosa
não do tempo existido, mas das coisas
que me criam e também que são criadas
pelo que sou e sinto em face delas.
Menino e velho sou não sucessivo
mas simultâneo a cada sentimento
_múltipla idade de uma alma múltipla
às vezes já estou morto há muitos anos
muito depois e frio; mas às vezes
sinto que vou nascer, sinto-me antes.”
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