“- Como você acha que São Paulo vai ser lembrada no futuro?
– Existe uma teoria que diz que um dia São Paulo crescerá tanto que chegará ao Rio, engolindo inteiramente a Cidade Maravilhosa. Isso aconteceu com Tóquio e Kyoto. Depois que ocorrer isso, as pessoas lembrarão de quando São Paulo era uma cidade feia e sem praia.”
“O mundo é simultaneamente maravilhoso e horrível. A estética ajuda-nos a nos maravilhar e nos permite encarar o horror. Assim, o segundo movimento do Quinteto em Dó Maior, D 956, de Schubert, expressa a pior dor da alma e, no entanto, oferece-nos uma felicidade musical inefável. (…) ‘A natureza imita o que a obra de arte lhe propõe’, disse alguém. Somos encorajados pela estética a perceber o maravilhamento diante do mar, dos picos nevados, das grandes árvores, da borboleta que adeja, da criança que saltita, do cão louco de amor que salta bem alto em direção a seu dono, de um belo rosto. Tudo isso deveria animar uma política da cultura: uma política da estética, a qual contribuiria para propagar e democratizar a poesia de viver, para fazer com que cada um possa conhecer as belas emoções e descobrir suas próprias verdades por meio das obras-primas.”
“o menino de uns sete anos na mesa: quanto vem depois de um bilhão? o pai: trilhão. daí o menino ficou falando: trilhão, quatrilhão, cinquilhão, sextilhão, septilhão, octilhão, novilhão e ele iria até infinitilhão. daí a menina falou: bobalhão.”
“Você certamente já ouviu falar do ‘impostômetro’, aquele gigantesco placar que a Associação Comercial de São Paulo montou para mostrar quanto o brasileiro paga de impostos. No começo da tarde de ontem, a conta já ia algo além de R$ 855 bilhões este ano. Revoltante, não é? Afinal, ninguém gosta de pagar imposto, ainda mais quando o retorno em serviços é pobre. Mas há a outra face do ‘impostômetro’, muito mais revoltante, mas que em geral fica nas sombras em que se move a alta finança. No domingo, o Observer jogou um pouco de luz nos números do que se poderia chamar de sonegacionômetro – ou seja o dinheiro desviado para os paraísos fiscais. Um levantamento da Tax Justice Network mostrou que os paraísos fiscais escondem fabulosos US$ 21 trilhões, pilha que equivale à riqueza somada dos Estados Unidos e do Japão, a primeira e a terceira economias do mundo. Ontem, a Folha expôs o lado local: brasileiros depositaram de 1970 até 2010 cerca de US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão) nessas contas, nas quais ‘se pode guardar dinheiro em razoável sigilo, sem ter de responder a muitas perguntas nem pagar imposto’. O valor equivale a pouco mais de um quinto do PIB brasileiro e o arrecadado em impostos nos últimos seis meses e 23 dias. O autor do estudo, James Henry, ex-economista chefe da consultoria McKinsey e especialista em paraísos fiscais, calcula que a metade dos ativos existentes em paraísos fiscais pertencem a apenas 92 mil pessoas ou 0,001% da população mundial. Depois, quando aparece um movimento de protesto contra o 1% mais abastado nos Estados Unidos ainda tem gente que o classifica como radical.”
Se a Terra está repleta de mares e gira numa velocidade de 107 mil quilômetros por hora, como a água não derrama para a Via Láctea?
Quer dizer que não há mesmo nada de possível no impossível?
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