“Aspirador
tamanduá do lar
que aspira
os meus dias
convertidos em pó
dias enfileirados
um a um tombados
pedras de dominó”
“Aspirador
tamanduá do lar
que aspira
os meus dias
convertidos em pó
dias enfileirados
um a um tombados
pedras de dominó”
“- O que você espera da eternidade?
– Um longo cochilo.”
“É frequentadora assídua do templo Hare Krishna
mas mesmo assim ela não fica leve”
“- Qual o segredo de sua beleza?
– Não sei… Ser eu mesma, cuidando da saúde, gostando de mim. Pensar sempre no bem, andar muito. É fácil cuidar de si próprio, assim como também é fácil se destruir.”
“Cai a areia da vida
Na ampulheta da morte.”
“E agora, Carlos? Já são 110
Os anos que não tens.”
“Zé Matuto foi à praia, só pra ver como é que é
Mas voltou ruim da bola de ver tanta rabichola nas cadeira das mulé
Zé Matuto matutou, matutou e escreveu pra Clodovil
Ele logo respostou, e atacou, isso é atraso do Brasil
Uma tanga, minitanga, tão pequena, pequitinha, miudinha não precisa amarrar
Ora pomba, ora bolas, jogue fora a rabichola
E deixa a tanga voar”
“O chamado trabalho informal tornou-se estrutural no capitalismo brasileiro. É ele que regula a taxa de salários, e não as normas trabalhistas fundadas por Vargas. A partir daí todas as burlas são permitidas e estimuladas. A pergunta que um candidato a emprego mais ouve é: com carteira ou sem carteira? O funcionário com carteira resulta em descontos para a Previdência. Ou, se o salário for um pouquinho melhor, até para o Imposto de Renda. A resposta do candidato ao emprego é óbvia: sem carteira. Quando o trabalhador ou trabalhadora que tem consciência dos seus direitos recusa o emprego sem carteira, às vezes escuta ‘malandro, não quer trabalhar’. Em qualquer setor, em qualquer atividade, o jeitinho se impõe. O executivo de terno italiano de grife, o apresentador da televisão e a atriz de um musical não são assalariados. São pessoas jurídicas, PJs, unicamente para que empresas paguem menos impostos. Advogados, dentistas e prestadores de serviços oferecem seus préstimos com ou sem recibo, e esse último é mais barato. Bancários, telefonistas, vendedores e outras tantas categorias viram suas profissões periclitar: eles são agora atendentes de call centers, terceirizados por grandes empresas. O jeitinho é a regra não escrita, sem existência legal, mas seguida ao pé da letra nas relações micro e macrossociais. Está tão estabelecido, é tão natural que estranhá-lo (hoje menos do que ontem, reconheça-se) pode ser entendido como pedantismo, arrogância ou ignorância: ‘Nego metido a besta’, é a sentença. A não resolução da questão do trabalho, o seu estatuto social, é no fundo a matriz do jeitinho. Simpático, ele é uma das maiores marcas do moderno atraso brasileiro.”
“O acaso é grão-senhor.”
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