“Não, é claro que os ossos não sentem nada no
seu paletó de madeira abotoados para sempre.
Eu – que os tenho ainda profundamente, ou que
a eles me atenho ainda cheio de esperança, ou que
por eles sou tido ainda, quem sabe? – é que pressinto
seu improvável tédio, sua gelada saudade, sua falta
de carne, de amor, de alegria ou tristeza, seu horror
ao movimento depois do último abandono, seu frio
impedimento de articulação ou rima, seu arraigado
conservadorismo, sua fatal abstinência, seu medo
de enchente, obra, terremoto e bombardeio.”
Pernas de Verso, poema de Sérgio Alcides
Publicado
sexta-feira, 23 de novembro de 2012 às 11:33 am e categorizado como Blog.
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O que ganho em antecipar o vazio?
“Não, é claro que os ossos não sentem nada no
seu paletó de madeira abotoados para sempre.
Eu – que os tenho ainda profundamente, ou que
a eles me atenho ainda cheio de esperança, ou que
por eles sou tido ainda, quem sabe? – é que pressinto
seu improvável tédio, sua gelada saudade, sua falta
de carne, de amor, de alegria ou tristeza, seu horror
ao movimento depois do último abandono, seu frio
impedimento de articulação ou rima, seu arraigado
conservadorismo, sua fatal abstinência, seu medo
de enchente, obra, terremoto e bombardeio.”
Pernas de Verso, poema de Sérgio Alcides
Publicado sexta-feira, 23 de novembro de 2012 às 11:33 am e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.