“Tão estranho que depois de tanto tempo e tanta mágoa a Isaura pudesse pensar no amor. Amanhecera vazia, sem ninguém dentro de si mesma, e foi como se encheu com a ideia de afinal ser impossível esquecer o amor. Porque o amor era espera e ela, sem mais nada, apenas esperava. A Isaura sabia que amava alguém por vir, amava uma abstração de alguém no futuro. Ela esperava o futuro, e esperar era um modo de amar. Esperar era amar.”
“- Quero trabalhar no cinema.
– No cinema…Por quê? Para ficar rica, famosa, para que gostem de você?
– Não.
– Por que então?
– Para mudar de vida a cada papel. Mudar de pele. Mudar de passado. Mudar de nome. Mudar de história. Mudar de rosto.”
“Me desculpe, amiga, tenho de desligar. Vou entrar num túnel.”
Nada é suficiente.
O lugar mais distante está sempre dentro de nós?
“Para entreter curiosidades, o velho Alfredo oferecia livros ao menino e convencia-o de que ler seria fundamental para a saúde. Ensinava-lhe que era uma pena a falta de leitura não se converter numa doença, algo como um mal que pusesse os preguiçosos a morrer. Imaginava que um não leitor ia ao médico e o médico o observava e dizia: você tem o colesterol a matá-lo, se continuar assim não se salva. E o médico perguntava: tem abusado dos fritos, dos ovos, você tem lido o suficiente. O paciente respondia: não, senhor doutor, há quase um ano que não leio um livro, não gosto muito e dá-me preguiça. Então o médico acrescentava: ah, fique pois sabendo que você ou lê urgentemente um bom romance, ou então vemo-nos no seu funeral dentro de poucas semanas.”
“E restaurante em SP tá tão caro que o arrastão começa no couvert!”
Certas pessoas, como os grilos, são imprestáveis para o silêncio?
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