“Brasília vive em outro planeta. Envie um astronauta para lá!”
– Quem é a sua neta?
– É aquela toda rabiscada.
“Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pela oposição?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis polemizar
Devolveu os cargos, bons cabritos não berram
Enquanto Marina tentava montar a sua Rede
Mas parou no TSE, como eles disseram
Eduardo e Marina um dia se encontraram sem querer
Nem conversaram muita coisa pra tentar se conhecer
Um carinha do partido do Eduardo que disse
‘Rede não tá legal, eles querem se unir’
Governo estranho, com base esquisita
‘Eu vou pro outro lado, não aguento mais petista’
E a Marina riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o governador que poderia apoiar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
‘Se eu não ligar pro Lula, eu vou me ferrar’
Eduardo e Marina trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se aliar
O Eduardo sugeriu uma vice-presidência
Mas Marina queria mesmo era se candidatar
Eduardo e Marina eram nada parecidos
Ele estava na rabeira e ela tinha 26
Ela fazia discurso contra o velho esquemão
E o PSB no mundinho pequeno-burguês
Ela gostava do Sirkis e do Gabeira
Do Castells e de Sambô
E o Eduardo gostava era de frevo
E ocupava o cargo que era do seu avô
Ela falava coisas sobre sustentabilidade
Também ecologia e metabolização
E o Eduardo ainda estava no esquema
‘Escola, hospital, porto, transposição’
E mesmo com tudo diferente
Veio mesmo, de repente
Uma vontade de concorrer
E os dois se encontravam todo dia
E a campanha crescia
Como tinha de ser
Eduardo e Marina querem chegar em Brasília
Com o PPS e até o Kassab na coligação
Porque 2014 a luta é dura
Tem o Aécio e tem o Lula
E a presidente Dilma tá bolada
Pensando só na reeleição
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pela oposição?
E quem irá dizer
Que não existe razão?”
“Fico constrangido em dizer que achei as declarações suas e da Paula Lavigne, exigindo censura prévia de biografias, escandalosas, indignas de uma pessoa que tanto tem dado para a cultura. Para o bem dessa cultura, preciso dizer por quê. Primeiro, achei esquisitíssimo músicos dizerem que biógrafos querem ficar com ‘fortunas’. Caetano, como dizem no Brasil: fala sério. Ofereço o meu exemplo. A biografia de Clarice ficou nas listas de mais vendidos em todo o Brasil. Mas, para chegar lá, o que foi preciso? Andei por cinco anos pela Ucrânia, pela Europa, pelos EUA, pesquisando nos arquivos e fazendo 257 entrevistas. Comprei centenas de livros. Visitei o Brasil 12 vezes. Você acha que fiquei rico, depois de cinco anos de tais despesas? Faça o cálculo. A única coisa que ganhei foi a satisfação de ver o meu trabalho ajudar a pôr Clarice Lispector no lugar que merece. (…)
Não é questão de dinheiro, Caetano. A questão é: que tipo de país você quer deixar para os seus filhos? A liberdade de expressão não existe para proteger elogios. Disso, todo mundo gosta. A diferença entre o jornalismo e a propaganda é que o jornalismo é crítico. Não existe só para difundir as opiniões dos mais poderosos. E essa liberdade ou é absoluta, ou não existe. Imagino, e compreendo, que você pense que está defendendo o direito dos artistas à vida privada. Mas quem vai julgar quem é artista, o que é vida privada e sobre quem ou o que se pode escrever? Você escreve em jornal. Como o artista deve fazer, tem se metido no debate público. Sarney, da Academia Brasileira de Letras, escreve romances. Deve ser interditada também qualquer obra crítica sobre ele, sem autorização prévia?”
“Uma das críticas constantes à ideia de cotas é que ela distorce a realidade. Mas não, cotas são como ‘óculos’, corrigem para os olhos embaçados pela ideologia o que eles não poderiam ver sem a ajuda das lentes.”
Existe vida antes da morte?
“Indignai-vos. A indignação tem presente vivaz e futuro longo, desde que a favor. A atitude é tudo.
Seja agressivo, impiedoso até, ao afirmar o óbvio. Justificá-lo com descobertas recentes da neurociência e da genética.
Não esquecer jamais que o grande problema nacional é a corrupção, e não a concentração de renda. (…)
Dê uma de sofisticado; mas não a ponto de pontuar com ponto-e-vírgula ou evitar repetições. (…)
Em dias de vibração cívica, títulos clássicos. Para logo em seguida às eleições: ‘Festa da democracia’ ou ‘Lição das urnas’. (…)
Plagie. Pego no flagra, diga tratar-se de um bricabraque rizomático que o denunciante fossilizado é incapaz de alcançar.”
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