“Se me perguntarem por que faço cinema, logo penso: não perguntam antes se respiro?”
“O tempo é o culpado sempre. Alguém tem de pagar
Pela morte da felicidade, a nossa própria felicidade.”
“O repórter apegado é uma figura digna de pena dentro do ambiente da redação. A vontade das pessoas é dizer para ele: ‘tá se achando artista? Vai virar escritor’, numa fúria digna daqueles usuários de transporte público que se irritam quando alguém reclama do calor ou da falta de espaço. ‘Quer ventinho? Vai de táxi.’ A tréplica mais evidente é que, bem, eu até iria, mas me faltam certas condições.
O repórter apegado briga por vírgulas e chora porque a ordem de uma frase foi alterada de forma pouco lisonjeira. Alguns tremem quando um parágrafo inteiro é amputado (o que acontece simplesmente o tempo todo). Quando um amigo elogia seu artigo, o repórter apegado faz questão de ressaltar exatamente que frases e estruturas foram alteradas em relação ao original. O amigo geralmente se arrepende do elogio e vai buscar uma coxinha. Uma vez, soube de um repórter apegado que abordou uma senhora lendo o jornal no metrô para esclarecê-la sobre a injustiça de certas alterações sintáticas. A moça disse que só estava lendo o horóscopo na página ao lado e mudou de lugar. Em seus sonhos mais audaciosos, o repórter apegado invade a redação logo após o fechamento e encomenda trocas para a gráfica: altera linhas finas, muda todo o direcionamento da matéria.
O comportamento certamente é mais comum em jovens, mas não sei dizer se com o tempo as pessoas ficam mais cínicas, mais evoluídas ou apenas tentam outra profissão. Talvez fiquem cínicas, evoluídas e virem editoras.”
“Me deixa quieta no meu canto, que eu sei me virar
As mágoas da vida serviram pra me vacinar
Eu aprendi que não importa o mal, é possivel curar
Dançando tango, comendo pastel, ou no banho a cantar”
Por que ninguém inventou ainda um post it para grudar na memória e lembrá-la de lembrar?
“A Marina tem que chamar os gremlins. Só assim alcança as assinaturas necessárias! Ela pega um gremlin, joga um copo d’água, ele se multiplica e funda um partido.”
“A depressão é, em geral, resultado de uma vulnerabilidade genética desencadeada por circunstâncias externas. Podemos supor que a vulnerabilidade atinja todas as classes sociais – e, em seguida, perceber que o cotidiano dos pobres é mais estressante e, portanto, deve levar a uma maior taxa de depressão. A questão é que pessoas com uma vida confortável que se sentem arrasadas o tempo todo tendem a perceber a estranheza desse sentimento e procuram tratamento. Já os pobres acham que o que sentem é compatível com suas vidas, e não lhes ocorre que estejam deprimidos.”
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