“Yvonne Bezerra é a diretora da ONG que soltou o assaltante preso num poste no Rio de Janeiro. (…) Depois de libertar o rapaz, ela sofreu ameaças diversas. Ficou, é claro, assustada. E na entrevista de ontem à Folha disse: ‘É um choque saber que vivemos numa sociedade nazista, fascista’. Pode ser um choque, mas não é nazismo. Pode-se pensar o que for do nazismo, mas a catástrofe que preparou e executou deveu tudo à organização. Nada mais ordeiro do que o nazismo. O caso brasileiro atual é outro: é de barbárie. O que as pessoas fizeram com o assaltante não é nem justiça com as próprias mãos. É linchamento. (…) Hoje é um assaltante. Amanhã, a defensora do assaltante. Depois de amanhã… qualquer um. Isso é barbárie. É a crença de que não existe nenhuma espécie de ordem. Que se pode não apenas pensar qualquer coisa como agir conforme sua confusa percepção das coisas. Qualquer um que julga estar a lei sendo descumprida pode fazê-la conforme o senso comum, conforme sua crença pessoal, sua religião. Esse é um caso muito grave, porque por ele pode-se perceber o país se desmilinguindo. Não chega a ser um faroeste caboclo, porque o faroeste é um momento que precedeu a implantação das leis. Aqui o que se prega abertamente é o desrespeito a elas, após notar sua suposta falência.”
Do blog de Inácio Araujo, crítico de cinema
O título do post remete à canção Querelas do Brasil, composta por Aldir Blanc e Maurício Tapajós
Publicado
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014 às 11:25 pm e categorizado como Blog.
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O Brasil está matando o Brasil?
“Yvonne Bezerra é a diretora da ONG que soltou o assaltante preso num poste no Rio de Janeiro. (…) Depois de libertar o rapaz, ela sofreu ameaças diversas. Ficou, é claro, assustada. E na entrevista de ontem à Folha disse: ‘É um choque saber que vivemos numa sociedade nazista, fascista’. Pode ser um choque, mas não é nazismo. Pode-se pensar o que for do nazismo, mas a catástrofe que preparou e executou deveu tudo à organização. Nada mais ordeiro do que o nazismo. O caso brasileiro atual é outro: é de barbárie. O que as pessoas fizeram com o assaltante não é nem justiça com as próprias mãos. É linchamento. (…) Hoje é um assaltante. Amanhã, a defensora do assaltante. Depois de amanhã… qualquer um. Isso é barbárie. É a crença de que não existe nenhuma espécie de ordem. Que se pode não apenas pensar qualquer coisa como agir conforme sua confusa percepção das coisas. Qualquer um que julga estar a lei sendo descumprida pode fazê-la conforme o senso comum, conforme sua crença pessoal, sua religião. Esse é um caso muito grave, porque por ele pode-se perceber o país se desmilinguindo. Não chega a ser um faroeste caboclo, porque o faroeste é um momento que precedeu a implantação das leis. Aqui o que se prega abertamente é o desrespeito a elas, após notar sua suposta falência.”
Do blog de Inácio Araujo, crítico de cinema
O título do post remete à canção Querelas do Brasil, composta por Aldir Blanc e Maurício Tapajós
Publicado segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014 às 11:25 pm e categorizado como Blog. Você pode deixar um comentário, ou fazer um trackback a partir do seu site.