“Quando se perguntou a Diógenes onde ele queria ser enterrado depois de sua morte, ele respondeu: ‘No meio do campo, ao ar livre’. O quê?, atalhou o que perguntara, você quer ser devorado pelas aves e pelos animais selvagens? ‘Que se coloque então ao lado o meu cajado’, respondeu Diógenes, ‘para que eu possa afugentá-los’. Afugentá-los!, exclamou o outro; quando você estiver morto, não terá mais nenhuma sensação. ‘Pois é, o que me importa então’, replicou, ‘se as aves me devorarem ou não?’.
Veja aqui mais cachorros que se parecem com Oswaldo Montenegro.
“Você não quer ver nada além do seu umbigo
E eu quero ver o que há depois do perigo”
“Coitado do pé
não consegue correr
do próprio chulé.”
“O tempo é cruel, mas é tudo que tenho
Tudo mais é sobra, lixo, lata
Prata barata que empenho
Sim, o tempo passa, a vida segue
Não estanca o corte
Hoje eu não temo a morte
Azar ou sorte?
Não há luz que me cegue
Nem há luz que eu siga
Estou só à beira do caminho
A solidão é minha amiga
Lá fora a luz de outono invade a cidade
Lá fora é onde a vida pulsa, inculta e bela
Comédia grega, tragédia russa
Eu estou lá e ouço o alarido surdo
O estampido seco das ruas
Esquinas, vielas
Enquanto você guardado por Deus
Conta seus metais por detrás das janelas
Você faz planos, planeja
Deseja, o desejo sangra
Quer uma casa em Angra
Quer carro, Ipad, família
Filhos na universidade
Você quer rezar, mas para quem?
Se os deuses estão mortos
Não há mais divindade, ritos, ninguém”
Webmaster: Igor Queiroz