“Você pode me inscrever na história
Com as mentiras amargas que contar
Você pode me arrastar no pó
Ainda assim, como pó, vou me levantar
Minha elegância o perturba?
Por que você afunda no pesar?
Porque caminho como se tivesse
Petróleo jorrando na sala de estar
Tal qual a lua ou o sol
Com a certeza das ondas no mar
Como se ergue a esperança
Eu hei de me levantar
Você queria me ver abatida?
Cabeça baixa, olhar caído
Ombros curvados feito lágrimas
Com a alma a gritar enfraquecida?
Minha altivez o ofende?
Não leve isso tão a mal
Só porque me ponho a rir como se tivesse
Minas de ouro no quintal
Você pode me fuzilar com palavras
E me retalhar com o olhar
Pode me matar com seu ódio
Ainda assim, como ar, vou me levantar”