“O nosso amor é tão bonito
Ela finge que me ama
E eu finjo que acredito”
“O nosso amor é tão bonito
Ela finge que me ama
E eu finjo que acredito”
“É preciso ter bastante ousadia para não fazer. [O poeta] Augusto de Campos, citando alguém, gosta de repetir que a relevância de um trabalho artístico também reside naquilo que o autor deixou de fazer.”
“Era um cidadão comum
Como esses que se vê na rua.
Falava de negócios, ria,
Via show de mulher nua.
Vivia o dia e não o sol,
A noite e não a lua.
Acordava sempre cedo,
Era um passarinho urbano.
Embarcava no metrô,
O nosso metropolitano.
Era um homem de bons modos:
‘Com licença’, ‘Foi engano’.
Era feito aquela gente
Honesta, boa e comovida.
Que caminha para a morte,
Pensando em vencer na vida.
Acreditava em Deus
E em outras coisas invisíveis.
Dizia sempre ‘sim’
Aos seus senhores infalíveis.
Pois é, tendo dinheiro,
Não há coisas impossíveis.
Mas o anjo do Senhor,
Do qual nos fala o livro santo,
Desceu do céu pra uma cerveja
Junto dele no seu canto.
E a morte o carregou
Feito um pacote no seu manto.”
“Como é que se mantém uma colecção de amigos polida e lustrosa uma vida inteira?”
“- Nessa parte da exposição, vou sentir menos tristeza? – questionou, ressabiada, a criança para a monitora.
– Bah, está sentindo muita tristeza?
– Estou.
– Mas é tristeza boa ou ruim? A ruim é melancolia. A boa é porque tu és sensível.”
“Pensei seduzir você com algo bem provocante
Gingando num bambolê, me equilibrando em barbante
Dançando numa TV coberto com diamantes
Num carrão zero, por que que eu não pensei nisso antes?
Pensei seduzir você fazendo ar de importante
Te oferecendo um apê, um drinque ou um refrigerante
Testando HIV, consultando cartomante
Só sobre a gente, por que que eu não pensei nisso antes?
Pensei seduzir você domesticando elefantes
Cuidando bem de bebês, doando-me pra transplantes
Eu mesmo ser meu dublê, meu próprio representante
Por cargas d’água, por que que eu não pensei nisso antes?”
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