Arquivo de julho de 2014

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Lâmina

O tempo que se foi
– alguém duvida? –
é uma foice que
ceifa da gente
o tempo que nos resta.
Por isso há quem diga
foi-se o tempo
como se dissesse
foice, o tempo.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Existirá justiça cega o suficiente para vê-los?

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Só é possível filosofar em cantonês?

“Tudo que eu digo, acreditem
Teria mais solidez
Se em vez de carioquinha
Eu fosse um velho chinês”

Poesia com Lamentação do Local de Nascimento,
escrita por Millôr Fernandes 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

As ideias dos coxinhas nunca correspondem aos fatos?



Extraído do tumblr Esta É uma Coxinha

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Descontrole de natalidade

Miguel: Oi, Tereza, tudo bem?
Tereza (sentando): Tudo. O que que você queria falar comigo de tão importante?
Miguel: Quer tomar alguma coisa?
Tereza: Não, eu preciso voltar pro trabalho.
Miguel: Bom, não sei se você se lembra, mas faz uns três anos que a gente transou.
Tereza: Que que tem?
Miguel: Eu acho que chegou a hora de te falar. Você é mãe, Tereza.
Tereza: Como assim?
Miguel: Eu adotei um filho no dia seguinte da nossa noite.
Tereza: Quê?
Miguel: Eu acho que você tem o direito de saber.
Tereza: Pera aí, mas quem adotou o filho foi você.
Miguel: Adotei no nosso nome, Tereza. Aquela noite foi muito especial.
Tereza: Você tá maluco?
Miguel: Ele se chama Afonso, igual seu pai. Achei que você ia gostar.
Tereza: C…, Miguel! Esse filho não é meu.
Miguel: Agora é fácil falar.
Tereza: Foi você que adotou.
Miguel: A gente não usou camisinha, Tereza.
Tereza: F…-se. Eu uso pílula.
Miguel: Parece que não é 100%, né?”

Trecho de Filho, crônica de Fábio Porchat

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Um detalhe vale por mil palavras?

“Em 28 de março de 1941, Virgínia Woolf encheu os bolsos de pedras e entrou no rio Ouse. O marido, Leonard Woolf, era obsessivamente meticuloso e manteve na vida adulta um diário no qual registrava todos os dias as refeições e a quilometragem do carro. Aparentemente, não houve nenhuma diferença no dia em que sua mulher se suicidou: ele registrou a quilometragem do carro. Mas, diz sua biógrafa Victoria Glendinning, a página dessa data está borrada, com ‘uma mancha amarela pardacenta que foi esfregada ou enxugada. Podia ser chá, café ou lágrimas. É o único borrão em todos os anos de um diário impecável’.”

Trecho de Como Funciona a Ficção, livro de James Wood 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Desencontro

“Meu amor, quando eu te vejo
Fico a suspirar
Por que é que tu não vê
Que eu vivo a te esperar?
Passarinho na gaiola
Vive sempre a cantar
Passa fome, passa sede
Sem pedir, sem reclamar
Mas existe a diferença
Passarinho eu não sou
Minha fome, minha sede
É teu carinho, é teu amor”

Trecho de A Sorte É Cega, música de Luiz Guimarães
Interpretada logo abaixo por Filipe Catto e, no vídeo seguinte, por Luiz Gonzaga

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Erva ou cerva?

Quadrinho de André Dahmer
(clique na imagem para ampliá-la)

terça-feira, 15 de julho de 2014

Quem roubou o super do meu herói?

HQ de Allan Sieber
(clique na imagem para ampliá-la)

terça-feira, 15 de julho de 2014

R.I.P., senhor Fábio

“Há alguns meses, me ligam toda semana da Caixa pra falar com um tal Fábio. Eu digo que não é daqui e peço pra tirarem o meu telefone do cadastro. Não adianta, claro. Acabei registrando o telefone no meu celular como FDPs. Ontem me ligaram e, já sabendo que era eles, atendi com voz de velório:
– Alô?
– Bom dia, é da Caixa Econômica Federal. Gostaria de falar com o senhor Fábio.
– O senhor Fábio morreu.
– O senhor era o que dele?
– Irmão.
– Já levaram os documentos na Caixa pra dar baixa? (Sério, sem um ‘meus pêsames’ nem nada.)
– Não tenho condições de falar sobre isso agora. Não me liguem mais.
Enfim, me ligaram de novo hoje, mas caiu antes de eu atender. Eu ia dizer que o senhor Fábio mudou pro telefone 4004-8844 (o televendas da Net).”

Do Facebook de Maurício Svartman
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