Dizem, por um lado, que ninguém é perfeito e, por outro, que todos fomos criados à semelhança de Deus. Posso concluir, então, que Deus também não é perfeito?
Feliz Natal! Se tudo correr bem, o blog retorna em 2015.
Dizem, por um lado, que ninguém é perfeito e, por outro, que todos fomos criados à semelhança de Deus. Posso concluir, então, que Deus também não é perfeito?
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“A crítica precisa entender que há diferença entre produto cultural e obra de arte. O primeiro usa um sistema formal reconhecível, e aí você diz se isso foi executado com habilidade. Já a arte é sempre em cima de outros procedimentos técnicos. Não há problema em fazer um texto positivo sobre o musical Miss Saigon. O problema é usar os mesmos critérios para avaliar um espetáculo artístico. Quando falam que falta humanidade a uma peça minha, me pergunto: que humanidade? A da Patricia Pillar na novela das oito?”
“Se pedem para você explicar o sentido de sua obra numa entrevista, como é a escolha das frases? O critério é a sinceridade, que refletirá de modo desorganizado e hesitante as décadas de um trabalho igualmente desorganizado e hesitante, baseado mais em intuição emocional que em racionalidade? Ou é melhor resumir tudo em termos claros e coerentes, de preferência inteligentes e impactantes, quando não charmosos e engraçados, que causarão efeito imediato de simpatia e interesse no público, garantindo mais entrevistas (e vendas, e cachês de feiras de livro) para quem depende dessa exposição para pagar boa parte das contas?”
“Talvez por deformação profissional, tenho simpatia e uma certa admiração pelas fantasias e pelos gostos sexuais mais complexos. Só me escandaliza mesmo a ausência de fantasias: ridículo ou obsceno, para mim, é quem afirma desejar os buracos ou as protuberâncias do corpo do outro, ‘naturalmente’, sem ‘complicações’. Nossa sexualidade é diferente da dos outros mamíferos justamente porque os humanos se desejam sem que tenha que ser a hora em que a fêmea é fecunda. Ou seja, nossa sexualidade é uma aventura cultural: não transamos com buracos ou protuberâncias, transamos com pensamentos, sonhos, ficções, antecipações narrativas. Se os humanos passassem a transar por atração ‘natural’, seria uma perda cultural irreparável.”
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