Arquivo de março de 2015

quinta-feira, 12 de março de 2015

Multiuso

Verdade que, em dias de alagamento, o Haddad vai liberar as ciclofaixas de São Paulo para pedalinhos?

A partir de um comentário do humorista José Simão

quinta-feira, 12 de março de 2015

Dá licença, porra?


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quinta-feira, 12 de março de 2015

Feliz é a mula-sem-cabeça?

“Quer saber por que que eu estou cansado?
Cada vez que eu começo a pensar
Me vem tudo de vez
E eu não penso mais nada
Eu vou pensar um assunto, certo?
Um assunto que eu escolho, é claro
Então eu faço força, força, força, força
E olha o que acontece!
Não adianta ter cabeça
Ela pensa o que quer…
Para, cabeça!
Assim você me enlouquece
Não cansa, você?”

Trecho de Minha Cabeça, canção de Zécarlos Ribeiro e Luiz Tatit
Interpretada pelo grupo Rumo

quarta-feira, 11 de março de 2015

Para onde a intolerância nos levará?

“Nasci sob a égide do bater de panelas (ollas, em castelhano). Quem as batia era minha mãe. Era o começo do que iria se tornar o 11 de setembro de 1973, a deposição de Salvador Allende, presidente eleito do Chile. Vivíamos em Las Condes, bairro de classe média. Faltava comida. Havia um clima de radicalismo que dominava vozes e mentes. O resultado foi claro. Bombardeios. Mortes. Violência. Fuga de capitais. Desemprego. Meus pais seguraram a barra alguns anos. Mudamo-nos para o Brasil. Retomamos a vida. Abandonamos o passado. Meus tios, primos e sobrinhos permaneceram lá. Quase iguais a outrora. Visitei-os duas vezes. Vi como o mundo não avança para quem estaciona.
27 + 15 anos (42 anos) depois, passado um outro 11 de setembro (o de 2001), chegamos ao Brasil dividido de hoje. Eleição agressiva, vantagem mínima, classes sociais em atrito, atitudes rasteiras de parte a parte, gente gritando o pior, outros questionando esse pior, alguns clamando por paz, outros cansados de ignorância, todos à espera do próximo dia 13 e, principalmente, do dia 15. A economia engatinha, o desemprego grassa, o desânimo permanece, sem quaisquer perspectivas alvissareiras. E os ânimos se acirram. Ontem Dilma foi à Feicon. Vaiada. As redes sociais parecem murais de acusações, fundadas ou nem tanto. Bobagens sendo ditas a torto e a direito. E alguém se importa?
O golpe do Chile em 1973 dividiu minha vida em dois. Pelo fato de sair do Chile. Pelo fato de sair por um golpe de força. Pelo fato de entender que a política poderia dar nisso. Por quem sabe supor que às vezes isso pode ser inevitável. Por entender que às vezes as pessoas realmente não se entendem. E que, se não querem, não conseguirão mesmo se entender.
Minha família no Chile ainda hoje está dividida por 1973. Meus parentes paternos são ainda hoje de direita ou democratas-cristãos empedernidos – esses DCs que abriram espaço para o golpe, como um Lacerda queria fazê-lo contra Getúlio. Meus parentes maternos, de classe social menos privilegiada, passaram a história a roldão dos acontecimentos. Alguns deles também eram DCs. Mas nenhum – que eu saiba – era UP (Unidad Popular, a frente do Allende). Eles não se falam. Claro, até se encontram. Mas não se batem. São diferentes. Mundos distantes. (…)
Sim, os momentos são distintos. A história não é, a meu ver, como em Marx, que diz que quem não a conhece pode revivê-la como farsa. Mas há uma vertigem similar à chilena em tudo o que acontece no Brasil. Todo dia parece levantar novas sombras, novos medos, e a esperança parece cada vez mais distante. Quem se levanta para clamar por entendimento parece vestir máscara de palhaço, e isso cada vez mais. As pessoas parecem ser levadas a optar por um lado – mesmo que não o assumam. Os amigos se estranham. Os semblantes nublam-se. Não parece haver meio-termo. É preciso assumir o seu lugar. (…)
Dia 13, os amigos do PT irão se encontrar. Dia 15, os inimigos do PT. Em questão, um mandato – o de Dilma. Dizem alguns que é bobagem. Dizem outros que pode ser sério. Há quem, aqui, no Brasil, hoje, permaneça parado – o poder da força, o militar. No Chile, em 1973, tudo parecia seguir o mesmo itinerário. Até o momento em que a luz vermelha acendeu. Os militares moderados perderam terreno. Os radicais – até então escondidos – deram as caras. Pinochet, o maior deles. A direita radical já clamou, aqui, agora, pela intervenção. Não foi levada a sério (nem dava para ser). Mas hoje o clima parece ser outro. Quando o conflito ocorrer de fato, algo terá de ser feito. Quem o fará? Muitos torcem pelo pior – até porque alguns (mídia) parecem ter muito a perder. Outros parecem brincar com o radicalismo. Perdoe-os, Senhor, porque eles não sabem o que fazem. Não viram as bombas. Não dividiram suas vidas ao meio. Não têm medo do medo.”

Do jornalista e dramaturgo Rodrigo Contrera

quarta-feira, 11 de março de 2015

Manual de etiqueta

Quando o coração sai pela boca, o que se deve fazer: cuspi-lo de imediato, chupá-lo como se fosse um Halls de cereja, mastigá-lo à maneira dos bovinos ou apenas degluti-lo de volta, sem mordê-lo?

quarta-feira, 11 de março de 2015

O tempo que passa também não passa?

Cartum de Jacky Fleming
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terça-feira, 10 de março de 2015

Como e por que o amor acaba?

A narração é da cantora Karina Buhr

terça-feira, 10 de março de 2015

O eu profundo e os outros eus

Recebo uma mensagem do Linkedin, a rede social voltada para assuntos profissionais: “Temos vagas de trabalho que podem lhe interessar”. Sou novato naquelas bandas. Ainda não sei direito como as coisas funcionam. Mas sei que não me cadastrei sob disfarce. Editor e jornalista – é assim que apareço por lá. Eis, no entanto, as vagas que me ofertaram:
– gerente médico de saúde ocupacional;
– consultor de projetos educacionais;
– especialista em international tax;
– coordenador de planejamento financeiro;
– especialista em desenvolvimento organizacional;
– executivo de vendas;
– consultor sênior de transfer pricing.
Com quem eles pensam que estão falando?

terça-feira, 10 de março de 2015

Nosso ou meu?

Quão privado pode ser o dinheiro público?

segunda-feira, 9 de março de 2015

O que pensei quando ouvi os xingamentos contra Dilma durante o panelaço de ontem à noite?

“Há um problema na maneira como a oposição conduziu nestes anos a discussão política no Brasil. Ela a reduziu a uma crônica policial. Em vez de construir projetos alternativos de qualidade – e poderia, sim, ter proposto para o país coisa melhor do que o PT fez, ou pelo menos coisa boa, que preservasse as conquistas sociais do petismo e promovesse, por exemplo, o pequeno empreendedor -, limitou-se a torcer para que polícia, promotores e juízes fizessem o trabalho que ela não conseguia ou não queria fazer. O resultado é que parte significativa da população, em alguns poucos Estados, como São Paulo, criminalizou a simples simpatia pelo PT.
Isso traz uma consequência preocupante: quando o outro lado é visto como criminoso, é claro que não pode ser tratado com respeito. Uma coisa é reconhecer a vitória eleitoral de um adversário, outra a de um inimigo. Ora, se o adversário é pintado como ladrão, ele se torna inimigo. Isso deslegitima, aos olhos de uma parte minoritária, mas falante da população, o próprio processo eleitoral – e a própria democracia. Voltam alguns a querer a intervenção cirúrgica dos militares, para que rapidamente sanitizem o ambiente e o deixem pronto para os homens de bem exercerem o poder. É um 1964 redivivo, com a diferença de que os militares não querem mais esse papel, os empresários serão malucos se trocarem Joaquim Levy por uma aventura de tal ordem e a embaixada norte-americana certamente não quer criar problemas novos para seu país. No pequeno varejo das lanchonetes, das praças de alimentação, das filas de cinema e de supermercado, isso pode tornar impossível o convívio entre diferentes. Perde quem só frequenta seus próprios clones e não saboreia a diversidade de opiniões e valores.”

Trecho de Fim da Compaixão?, artigo do filósofo Renato Janine Ribeiro 
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