“Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito.”
“Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito.”
– Pai, vamos largar tudo, pegar um trem e sair pelo mundo, sem destino?
– Sem destino, filho? E onde dormiremos?
– Numa estalagem, ué.
Por que, em São Paulo, a estação Paulista do metrô fica na rua da Consolação e a estação Consolação fica na avenida Paulista?
“Agora que via o namorado todos os dias, não apenas no fim de semana, Ifemelu percebia novas camadas nele, como o quanto era difícil para Curt ficar parado, simplesmente ficar parado, sem pensar no que ia fazer a seguir, ou como estava acostumado a tirar a calça e deixá-la no chão durante dias até a faxineira vir. A vida dos dois era repleta dos planos que ele fazia _passar um dia em Cozumel, um feriado em Londres_ e, às vezes, ela saía do trabalho na sexta à noite e pegava um táxi para ir encontrá-lo no aeroporto. ‘Não é legal?’, perguntava Curt e Ifemelu respondia que sim, que era legal. Ele não parava de pensar no que mais fazer, e Ifemelu lhe disse que isso era raro para ela, pois fora criada não fazendo, mas sendo.”
“Quero a vida pacata, que acata o destino sem desatino
Sem birra, nem mossa, que só coça quando lhe dá comichão
À frente, uma estrada, não muito encurvada; atrás a carroça
Grande e grossa que eu possa arrastar sem fazer pó no chão
E já agora a gravata, com o nó que me ata bem o pescoço
Para que o alvoroço, o tremoço e o almoço demorem a entrar
Quero ter um sofá e no peito um crachá, quero ser funcionário
Com cargo honorário e carga de horário e um ponto a picar
Vou dizer que sim, ser assim assim, assinar a Reader’s Digest
Haja este sonho que, desde rebento, acalento em mim
Ter mulher fiel, filhos, fado, anel e lua-de-mel em França
Abrandando a dança, descansado até ao fim
Quero ter um T1, ter um cão e um gato e um fato escuro
Barbear e rosto, pagar o imposto, disposto a tanto
Quem sabe amiúde brindar à saúde com um copo de vinho
Saudar o vizinho, acender uma vela ao santo
Quero vida pacata, pataca, gravata, sapato barato
Basta na boca uma sopa com pão, com cupão de desconto
Emprego, sossego, renego o chamego e faço de conta
Fato janota, quota na conta e a nota de conto
Vou dizer que sim, ser assim assim, assinar a Reader’s Digest
Haja este sonho que, desde rebento, acalento em mim
Ter mulher fiel, filhos, fado, anel e lua-de-mel em França
Abrandando a dança, descansado até ao fim”
“Hoje contei para o meu irmãozinho que sou gay.
Após muitos anos desde que descobri minha sexualidade e o gênero que desperta uma paixão realmente autêntica em mim, cheguei finalmente à decisão de confiar a minha realidade a essa pessoinha com quem mais me importo na vida. Dividi isso de maneira bem pedagógica, tentando criar uma analogia sobre as pessoas e suas cores favoritas. Disse que há pessoas que gostam mais de preto, ou branco, ou azul, ou amarelo, ou vermelho (…). Que todos podemos gostar de cores diferentes e ainda assim ser felizes e respeitados ao colorir nosso mundo com elas.
Ele parecia saber que eu ia confessar algo. Mergulhou num estado quieto e pensativo durante a explicação inteira. Por fim, resolvi assumir minha sexualidade. Ele continuou me olhando, bem calmo e sorrindo, tão natural, e eu o questionei:
– Tu sabe o nome que se dá a quem gosta de pessoas iguais, John? Homens que gostam de outros homens, e mulheres que gostam de outras mulheres?
Eu estava preparado para soltar a palavra ‘gay’, já na ponta da língua, quando ele simplesmente me escancarou a verdadeira resposta:
– Amor?”
“O problema do menor é o maior.”
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