Arquivo de abril de 2015

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Então o diálogo nas redes sociais ainda é possível?

Às vezes, em meio à histeria que costuma tomar conta da internet quando se trata de política, encontram-se discussões cordiais e interessantes. Um exemplo: logo depois que a Câmara dos Deputados avalizou a terceirização dos trabalhadores brasileiros, Gilberto Maringoni abriu um debate sobre o tema no Facebook. Candidato ao governo paulista em 2014 pelo PSOL, o professor de relações internacionais declarou o seguinte:
“UMA DERROTA COMO ESSA NÃO SE IMPROVISA.
São 12 anos conciliando com os de cima.
São 12 anos buscando boa relação com o monopólio da mídia.
São 12 anos dando juros estratosféricos ao sistema financeiro.
São 12 anos propiciando lucros extraordinários ao ensino privado.
São 12 anos colocando reacionários em postos-chaves do governo.
São 12 anos buscando financiamento de campanha onde a direita também busca.
São 12 anos priorizando a pauta conservadora.
São 12 anos mantendo a macroeconomia de FHC em versão soft.
São 12 anos sem reforma agrária.
São 12 anos evitando confronto com os ruralistas.
São 12 anos considerando os usineiros heróis nacionais.
São 12 anos sem constitucionalizar direitos sociais.
São 12 anos sem taxar grandes fortunas.
São 12 anos evitando a reforma política.
São 12 anos se orgulhando de que os bancos nunca lucraram tanto.
São 12 anos achando que programa social focado é o máximo que se pode fazer.
São 12 anos dizendo que a meta é sermos um país de classe média.
São 12 anos indicando a elite para o Supremo Tribunal.
São 12 anos fingindo que a luta de classes acabou.
São 12 anos achando ser possível fazer um governo em que todos ganhem.
São 12 anos deixando em paz o ovo da serpente.
NÃO, AMIGAS E AMIGOS.
COMO DIRIA NELSON RODRIGUES, ESSA SURRA QUE O CONGRESSO NOS DEU É OBRA METICULOSAMENTE CONSTRUÍDA.”
Entrando na conversa, o sociólogo Giovanni Alves contra-argumentou:
“São 12 anos em que a esquerda socialista (PSOL, PCB e PSTU) não conseguiu se unir, acumular forças, disputar a hegemonia social e construir uma frente política democrática e popular alternativa a essa merda toda… E não vale dizer que a culpa é de Lula e Dilma.”
O jornalista Breno Altman, diretor editorial do site Opera Mundi, pegou carona no papo e também ponderou:
Mas são igualmente 12 anos de luta vitoriosa contra a miséria, de elevação real do salário mínimo em mais de 70%, de política internacional contra-hegemônica, de ampliação dos direitos de educação e renda mínima, de melhoria profunda dos salários e do emprego. Sem se dar conta disso, fica só um pouquinho difícil entender quatro vitórias presidenciais seguidas, a sobrevivência contra o maior massacre midiático de nossa história e o fato de que não existe, com viabilidade e força de massa, qualquer alternativa à esquerda do PT.”
Gilberto Maringoni, então, respondeu:
“É verdade, Breno. Mas tudo evitando o confronto com a direita. Quando há crescimento econômico, o modelo lulista funciona. Quando não há e escolhas precisam ser feitas, ele entra em pane.”
Giovanni Alves novamente se pronunciou:
“Precisamos parar de criticar o PT e construir outro caminho de unidade e luta, uma nova frente verdadeiramente protagonista da política nacional, que una o conjunto de fragmentos da esquerda socialista radical. Qual o pior? As misérias do PT ou as misérias dos partidos de esquerda mais radicais que não conseguem construir frente política alternativa capaz de indicar novo caminho para o povo brasileiro?”
Por fim, Gilberto Maringoni escreveu:
“Giovanni, não se trata de simplesmente criticar o PT. Para se construir uma alternativa, é preciso avaliar o que foi esse caminho traçado desde 2002. É nossa obrigação fazer isso, para não repetir o transformismo da agremiação. Eu há anos digo que o PSOL não pode ser um partido antipetista, mas um partido à esquerda do PT. E digo também há bastante tempo que o PT pode não ser de esquerda, mas o antipetismo é de direita. O que não nos exime de avaliar a prática concreta do PT. O antipetismo é de direita. Mesmo assim, é necessário criticar o PT politicamente.”

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Tédio conjugal tem cura?

Cartum de Caco Galhardo
(clique na imagem para ampliá-la)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Suicidar-se pode ser o mais visceral dos gestos anticapitalistas?

“A imensa máquina da medicina (hospitais, laboratórios, farmácias, médicos, inseguro saúde, aparelhos de diagnósticos por imagem etc, e mais cosméticos, alimentação…) produz a nossa longevidade. Somos um produto dessa indústria. Produto e fonte de riqueza. A máquina precisa manter nossa longevidade para se expandir e lucrar. A preocupação da máquina capitalista não é nos manter vivos com qualidade de vida, mas manter em nós a bio. À máquina não interessa o ser vivo, mas a bio de que ele é portador. Um primeiro passo para resistir à máquina que nos alienou de nossos corpos é se recusar a técnicas de prorrogação da bio em nós. Passo mais radical para eliminar a fonte de riqueza da máquina: o suicídio consciente e lúcido como forma de resistência extrema e de reapropriação de nossos corpos.”

Do crítico cinematográfico Jean-Claude Bernardet

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Ambientalismo numa hora dessas?

Caminho pela Vila Madalena quando um sujeito me aborda:
– Jacaré?
– Como?
– Você não é o Jacaré?
– Não…
– Tem certeza? O Jacaré? O Jaca?
– Claro que tenho!
– Putz, que triste! Bem me disseram que o Jacaré está em extinção…

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Pequena fábula sobre a relatividade

“Tudo que é bom dura pouco? De onde você tirou essa ideia?!”, me perguntou a tartaruga no dia em que completava 145 anos.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Racionamento de dívidas nem pensar, né?

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O feitiço pode mesmo virar contra o feiticeiro?

“Não tá cabendo tanta esperteza neste mundo, não. Tô achando que uma hora os espertos vão começar a ser enganados por eles próprios.”

Do Facebook de Laila Abou Mahmoud

terça-feira, 7 de abril de 2015

A imaginação no poder

“- Mãe, você quer tudo! Cada hora é uma coisa. Quer vender a casa para comprar outra, quer comprar uma lojinha, quer ir para os Estados Unidos, quer plantar mangueira, quer um apartamento, quer um carro, quer se desfazer de nossos bens e viajar. Nunca está satisfeita?
– É que gosto de imaginar.”

Do Facebook de Kika Rocha, cuja mãe sofre de Alzheimer

terça-feira, 7 de abril de 2015

Como me sinto durante uma DR?

Judo Jymnastics, curta de 1947 que ensina técnicas de defesa pessoal para mulheres

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Feiura é a beleza que ainda não caiu nas graças dos fashionistas?

“Quando o homem inventou a roda
Logo Deus inventou o freio
Um dia um feio inventou a moda
E toda roda amou o feio”

Trecho de Piercing, canção de Zeca Baleiro
Interpretada por Zeca e pelo grupo Záfrica Brasil
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