“Não se trata mais de saber se se tem conta na Suíça ou não. Se se mentiu ou não aos colegas. Tudo fica pequeno quando a alma é pequena. A eventual conduta ilegal de Eduardo Cunha agora é outra. É maior. Fácil perceber. As prerrogativas de decidir pauta, horário das sessões, prioridades de votação, encaminhamento ou não dos pedidos de impeachment, por exemplo, não são prerrogativas do ‘cidadão’ Eduardo Cunha. Nem mesmo do ‘deputado’ Eduardo Cunha. São prerrogativas públicas do cargo de ‘presidente da Câmara’. Como prerrogativas públicas, não podem ser apropriadas por interesses privados. É como se um policial usasse a viatura pública, que tem finalidade de garantir a segurança da coletividade, para ir à praia com a família. Ou o delegado deixasse de registrar uma queixa porque é contra um parente seu.
Em suma: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estaria usando da prerrogativa pública para a proteção privada do cidadão Eduardo Cunha. São papéis com direitos e deveres distintos. Não se confundem. Não é por menos que vários juristas consideram, e já começam a surgir, junto ao Supremo, tentativas de caracterizar essa ilegalidade. Será prevaricação? (…) Será desvio de finalidade? (…) Será coação no curso do processo? (…) Será ofensa ao princípio constitucional da separação de poderes? Tentar impedir que os poderes funcionem livremente? Quem decidirá é o Supremo.
A jurisprudência sugere que o Supremo dificilmente avaliará se há ou não fato e motivo legal para o impeachment da presidente Dilma. Esta decisão cabe ao Congresso. Mas certamente será provocado a decidir sobre a legalidade ou não do processo decisório que Eduardo Cunha estaria seguindo. O ministro Marco Aurélio já está ansioso por tanto. Se o Supremo decidir que não houve ilegalidade da parte de Cunha, o processo continua. Se ilegalizado, como essa ilegalidade afetará o pedido de impeachment em curso? Afasta-se o presidente da Câmara? O processo deve parar, ou mesmo assim continuar? Pode ainda o Supremo não decidir nada. Esperar para ver.”
– A polícia não pode bater na gente!, protesta um menino numa das escolas ocupadas em São Paulo, quando a PM a invade.
– Eu quero que você se foda!, esbraveja um policial logo depois, enquanto parte para cima de outro aluno.
“No Japão, a criminalidade é baixíssima. Por exemplo: você esquece um laptop dentro do metrô, em Tóquio. Sabe o que acontece? Quando você retorna para procurá-lo, não só o encontra como descobre que instalaram o Windows nele.”
“Era uma noite linda em São Luís, no Maranhão, onde (…) se reuniram cerca de 200 profissionais de casamentos e algo como 30 noivas. (…) Aí uma cerimonialista perguntou o que eu achava da moda de soltar borboletas na igreja ao final da celebração. Ora, já ouvi falar dessa coisa bem brega (e ecologicamente criminosa), mas achava que era um caso isolado de uma noiva muito sem noção. Engano meu: a moda continua – e com requintes de crueldade!
Embatuquei na pergunta: disse que achava de péssimo gosto e pedi detalhes do procedimento. E ouvi de várias – não apenas de uma, mas de vááárias profissionais – os seguintes relatos: as borboletas chegam de Salvador em caixas furadas para ventilar, mas pequenas para que não se mexam muito. No aperto, se estressam e muitas morrem. Ainda: como não é uma coisa baratinha, as noivas exigem que sejam contadas e, para isso, é preciso abrir as caixas. Para que não voem, as borboletas são colocadas por um certo tempo na geladeira. Desse modo, ‘desmaiam’ e podem ser contadas…
Tá achando horrível?? Pois piora: na hora de soltá-las, como estão entre desmaiadas e mortas, é preciso acordá-las em instantes, para não perder o timing da música da saída da noiva. As cerimonialistas são obrigadas, portanto, a bater nas caixas, e as borboletas se assustam e, aí quando abrem a tampa, voam. (…)
Alguém acha que esse tipo de tortura condiz com a solenidade do momento? Será possível que ninguém – entre a cerimonialista, o decorador, o padre e a família dos noivos – consiga incutir um mínimo de compaixão (já que o mau gosto impera) nesses coraçõezinhos apaixonados das noivas, que não hesitam em destruir em segundos uma das mais delicadas belezas que a natureza criou?”
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