Mesmo o banal pode ser excepcional?

“Ricardo Piglia tinha 16 anos e levava uma feliz vida de adolescente suburbano em Adrogué, na província de Buenos Aires, quando, subitamente, seu pai tomou a decisão de mudar-se dali. Peronista, dom Piglia tinha se metido numa disputa política local que ameaçava a paz de sua família naquela cidade. O jovem Ricardo, inconformado, sentado no banco de trás do carro, ficou arrasado por ter de deixar os amigos. ‘A viagem me pareceu uma travessia para o desterro. Eram apenas 400 km até Mar Del Plata [onde a família se instalou], mas eu estava deixando para trás toda uma forma de vida. Foi um rito de passagem. Soa como um exagero, mas as experiências decisivas surgem para nós como exageros. O que importa nos fatos é a intensidade que atribuímos a eles’, diz o escritor argentino.”

Trecho de Enfrentando doença degenerativa, Ricardo Piglia lança memórias, reportagem de Sylvia Colombo

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