Um grupo de PMs no WhatsApp e a matança do Jacarezinho
Com deboche, espírito corporativo, fake news, ataques contra a TV Globo, demonização da esquerda e panfletos em favor do presidente Jair Bolsonaro. Foi assim que um grupo de PMs reagiu à mais agressiva e letal de todas as incursões já realizadas por forças de segurança pública na cidade do Rio de Janeiro. A operação do último dia 6 de maio começou logo cedo, invadiu a tarde e terminou com 28 mortos, incluindo um policial. A favela do Jacarezinho, uma das 1 018 que se espalham pela capital fluminense, serviu de palco para a matança. Naquela quinta-feira, 250 agentes da Polícia Civil ocuparam a localidade sob a justificativa de capturar 21 denunciados por associação ao tráfico e suspeitos de pertencer à facção Comando Vermelho (CV). Helicópteros blindados – os “caveirões voadores”, como ironizam os cariocas – apoiaram a investida terrestre.