Um rato africano contra as minas terrestres
Ele não dava nenhuma bandeira de que defendia os fracos e oprimidos. Pelo contrário: quem o avistasse numa savana ou floresta logo se assustaria e sairia correndo. Dificilmente alguém imaginaria que aquela criaturinha dentuça salvara inúmeras almas por causa de um insólito superpoder, o olfato afiadíssimo. O herói sem capa nem escudo chamava-se Magawa e nasceu na Tanzânia, país da África Oriental, mas virou lenda graças às façanhas que protagonizou em outra região: o Sudeste Asiático. Era, por incrível que pareça, um rato.
Com pelagem castanha, inevitáveis orelhas de abano, cauda maior que o resto do corpo e bigodes tão longos que matariam Salvador Dalí de inveja, pesava 1,2 kg e media 70 cm de comprimento. Não tinha, está claro, o porte de um rinoceronte ou hipopótamo. Mesmo assim, os zoólogos o classificavam como um rato-gigante-do-sul. A espécie atende pelo nome científico de Cricetomys ansorgei e é bem mais parruda que os hamsters, camundongos e outros bigodudos.