“[Embora a vida esteja sempre mudando,] o ser humano se aferra de forma natural ao conhecido, ao previsível. À medida que nos transformamos em adultos, nos acostumamos a fazer as mesmas coisas e esperamos resultados que nos são familiares. Isso produz uma sensação de controle que nos acalma, mesmo se estivermos há muito tempo entediados com nossa rotina. Ignorar o que acontecerá equivale a sair do nosso lar para entrar num mundo imprevisível, sem saber o que ele nos proporcionará.
Aquilo que em psicologia se batizou como ‘zona de conforto’ foi definido por Brené Brown, pesquisadora social da Universidade de Houston, como o território onde a incerteza, a escassez e a vulnerabilidade são mínimas, ou seja, onde cremos haver espaço suficiente para o amor, a comida, o talento, o tempo ou a admiração. Resumindo: ‘Um lugar onde acreditamos ter algum controle’. Apesar de a vida estar cheia de imprevistos e de essa segurança que desejamos ser ilusória, ao abandonar a zona de conforto – por exemplo, em um novo emprego ou no início de um relacionamento – nos sentimos ansiosos e até mesmo estressados.
Já foi demonstrado, no entanto, que é justamente em situações desse tipo que a criatividade é potencializada. Do mesmo modo que o motorista que faz sempre o mesmo trajeto corre o risco de dormir por falta de estímulos e sofrer um acidente, enfrentar situações graves nos impulsiona a tirar o melhor de nós mesmos, já que nossos cinco sentidos estão dedicados a aprender com esse mundo desconhecido. No primeiro encontro com alguém de quem gostamos, a conversa adquire um nível de frescor e criatividade que depois, numa relação estável, fica difícil alcançar. Isso prova que a incerteza nos faz crescer.”
“A puta morreu.
Dois soldados e quatro velas
ficaram de plantão a noite inteira.
Algumas mulheres torraram o serviço,
foram espiar
– pra quem ficarão os vestidos dela?”
“O panelaço de hoje, aqui nas entranhas do monstro, o califado de Higienópolis, teve um toque digno de Federico Fellini. Um vizinho colocou caixas de som na janela do apartamento transmitindo a Internacional, célebre hino comunista, muitos decibéis acima dos paneleiros. Acho que sei quem é o autor.”
“Té que foi tão bom fugir e te esquecer
Não saber mais nem notícia de você
Com a tristeza consegui me entender
Com a saudade conviver
E com a dor não me doer
Mas aos poucos tive que reconhecer
Que a tristeza não parava de crescer
Tomou conta da cidade e do país
Tudo que é melancolia
Dizem que fui eu que fiz
É só chorar
Em Palmas, Teresina ou Jequié
Já vão avisar
Que a origem é a tristeza lá do Zé
Já não quero nem lembrar que te esqueci
Não sabia que a tristeza era assim
Que ela segue o seu caminho até sem mim”
“Ontem, dois garotos, com o rosto pintado e escrito USP, me pediram dinheiro para o trote, em um farol no bairro do Itaim, zona sul, SP.
– Moça, passamos na USP, você pode nos dar um dinheiro? Qualquer coisa serve.
Respondi:
– Só se vocês me ajudarem a pagar a mensalidade do meu FIES.
Eles se olharam e me devolveram a seguinte pergunta:
– O que é FIES?”
“FHC revela que seu filho na verdade é filho do Lula”
“Enquanto nascia o ano de 1962, uma desconhecida banda – duas guitarras, um baixo, uma bateria – gravou em Londres seu primeiro disco. Os rapazes voltaram a Liverpool e se sentaram à espera de um parecer da gravadora. Quando já não tinham unhas para roer, num dia como hoje, receberam a resposta. A Decca Recording Company lhes dizia, com franqueza: ‘Não gostamos do seu som’. E sentenciava: ‘As bandas de guitarras estão desaparecendo’. Os Beatles não se suicidaram.”
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